Índia amplia limite para investimentos estrangeiros em bônus do governo
Com a medida, investidores estrangeiros poderão deter até 5% do total de papéis do governo denominados em rupias até março de 2018, segundo o RBI, como é conhecido o BC indiano pela sigla em inglês.
Nos últimos anos, o governo indiano vem elevando esses limites, mas o país ainda é conservador em comparação a alguns outros mercados emergentes, onde os estrangeiros podem controlar entre 10% e 40% dos bônus do governo.
No momento, os estrangeiros podem comprar cerca de 1,5 trilhão de rupias (US$ 23 bilhões) em bônus do governo, de acordo com dados do RBI. Esse limite, que representa cerca de 3,7% dos quase 42 trilhões de rupias em papéis indianos, já foi quase que totalmente utilizado nos últimos meses.
Para o chefe de renda fixa da Nomura Financial Advisory & Securities (India), Neeraj Gambhir, o teto para investimentos estrangeiros "ainda é bastante conservador, mas é um bom começo".
Os preços dos bônus soberanos da Índia reagiram em alta ao anúncio do RBI, que hoje também cortou sua principal taxa de juros em 0,50 ponto porcentual, a 6,75%. O rendimento do papel de 10 anos, que se move na direção contrária à dos preços, chegou a cair a 7,56%, de 7,73% anteriormente.
O RBI estima que o novo limite resultará em um investimento adicional de 1,2 trilhão de rupias nos bônus do governo. De acordo com o BC indiano, o teto passará a ser determinados pela rupia, e não mais pelo dólar.
O RBI também anunciou a criação de um novo tipo de bônus, que será emitido por Estados indianos e ficará disponível para investidores estrangeiros. Neste caso, os estrangeiros poderão comprar até 2% dos chamados empréstimos para desenvolvimento dos Estados até março de 2018, o que representaria cerca de 500 bilhões de rupias.
Em relação a bônus corporativos, o limite para compras por estrangeiros continua inalterado, em US$ 51 bilhões. Por outro lado, o BC indiano autorizou empresas locais a fazerem emissões de bônus em rupias no exterior. Os papéis deverão ter vencimento mínimo de cinco anos e entrarão no teto previsto para bônus corporativos. Fonte: Dow Jones Newswires.