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Último empresário preso será solto e também usará tornozeleira eletrônica

Fernando Hélio Alves Carneiro, apontado nas investigações da PF como um dos líderes da fraude em empréstimos junto à Caixa, permaneceu apenas uma semana preso. Ele se beneficiou de um alvará de soltura semelhante, concedido a quatro réus do caso

14:20 | 14/05/2015
O empresário Fernando Hélio Alves Carneiro, último dos mais de 30 investigados da Operação Fidúcia que ainda era mantido preso, será solto nas próximas horas. Ele teve a liberdade provisória concedida no fim da manhã desta quinta-feira, pelo juiz da 32ª Vara Federal no Ceará, Francisco Luís Rios Alves. Até o início desta tarde, a notificação judicial ainda não havia chegado à Secretaria da Justiça (Sejus). Por isso, ele só deve ganhar a soltura amanhã.

Fernando chegou a ser considerado foragido desde 24 de março último, quando foi deflagrada a Operação, que investigou a fraude cometida junto à Caixa Econômica no Ceará, de operações financeiras realizadas por empresas de fachada. Ele estava nos Estados Unidos e só decidiu voltar ao Brasil na última sexta-feira, dia 8. Foi preso em Fortaleza logo que desembarcou no Aeroporto Pinto Martins. Nas investigações da Polícia Federal, Fernando foi apontado como um dos líderes do esquema, que teria fraudado a Caixa em R$ 100 milhões.

[SAIBAMAIS2]Ao determinar a soltura do empresário, o juiz listou várias medidas cautelares. Fernando será obrigado a pagar uma fiança de R$ 20 mil, terá seu passaporte retido, não poderá se ausentar por mais de oito dias de sua residência sem avisar à Polícia ou à Justiça, ou mesmo mudar de endereço sem comunicar, e usará uma tornozeleira eletrônica. O equipamento é monitorado por uma central na Secretaria da Justiça. Por medida de segurança, a Sejus pediu que não fosse divulgado o local em que ele ainda permanece preso. Os advogados Flávio Jacinto e Cláudio Queiroz tentarão agilizar a soltura para o início da manhã desta sexta-feira, 15.

Fernando passou apenas uma semana preso, menos tempo que seu irmão, o também empresário Ricardo Alves Carneiro, e os outros três réus do caso – os empresários Diego Pinheiro Carneiro (irmão de Ricardo por parte de pai) e José Hybernon Cysne Neto e o ex-gerente da Caixa, Israel Batista Ribeiro Júnior – que tiveram os mandados de prisão cumpridos no dia 24 de março. Eles permaneceram presos 79 dias. Os quatro também foram soltos depois de pagar fiança e estão usando tornozeleiras eletrônicas.

Ricardo, Diego, Hybernon e Israel já foram denunciados à Justiça Federal e agora estão como réus no processo sobre o caso, mesmo destino que deve ser dado a Fernando. A nova denúncia sobre as operações fraudulentas na Caixa Econômica, com mais nomes a serem incluídos no processo, ainda não foi apresentada pelo procurador da República Geraldo Assunção Tavares.

Através da assessoria de imprensa do Ministério Público Federal, o procurador já havia confirmado ao O POVO que haverá mais nomes na lista de denunciados. Os réus estão respondendo por lavagem de dinheiro, crimes contra o Sistema Financeiro (fraude em gestão de instituição financeira e evasão de divisas), corrupção ativa e passiva e uso e falsificação de documentos.
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