Dnit gerenciava bens da RFFSA em tabelas manuais
Ao fiscalizar a forma com o Dnit administrava os dados, o TCU verificou que a relação dos milhares de bens ferroviários incluídos nos contratos de concessão foram todos catalogados em planilhas eletrônicas e repassados ao Dnit em discos, e assim permaneceram por quase duas décadas, porque os sistemas de gestão patrimonial e contábil, que permitiriam acompanhar, registrar e atualizar os dados, não foram concluídos.
Os bens repassados para as seis concessionárias ultrapassam 100 mil itens, envolvendo 42 mil imóveis, 21 mil bens móveis e outros 47 mil maquinários. O TCU afirma que há dezenas de pedidos de alteração patrimonial feitos pelas concessionárias, mas o prazo médio entre a inspeção e a entrada do pedido no departamento ferroviário no Dnit são superiores a oito meses. Alguns processos ficam sem a inspeção e o cálculo de indenização chega a ser superior a um ano.
"Não existe sistema informatizado para o acompanhamento das alterações. Cada unidade possui planilhas em Excel para o acompanhamento dos processos, com isso os controles não asseguram um elevado nível de integridade dos dados, incluindo precisão e validade de todas as informações do sistema", conclui o relatório.
Perguntado sobre o assunto, o Dnit informou que o cenário apresentado pelo TCU refere-se ao primeiro semestre do ano passado e que um sistema criado especificamente para gerenciar o cadastro de bens ferroviários foi concluído e já está em operação. De acordo com a autarquia do Ministério dos Transportes, a atualização do banco de dados dos bens está em fase de conclusão, "com todas as alterações aprovadas pelo Dnit desde 2007, quando assumiu a gestão do patrimônio da extinta RFFSA". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.