É isso mesmo. Também ficamos surpresos quando descobrimos: ainda vivemos em uma Era do Gelo!
Mas como é possível? A Terra não está coberta de gelo e, na verdade, os dias têm sido bem quentes.
Pois é, acontece que estamos vivendo um momento interglacial. Vem que a gente explica:
Primeiro, é bom lembrar que Eras são milhões de anos. Ou seja, essa é a era mais fria em milhões de anos.
Mas, dentro das Eras, existem variações de clima. Na nossa Era do Gelo, somos um período mais quente.
O que, em comparação com as Eras anteriores, ainda é um clima bem ameno.
Assim, a Terra alterna entre períodos mais frios e mais quentes, tendo milhões de anos para adaptação.
Naturalmente, essa Era teria centenas de anos para voltar a um período mais frio. Mas aí vem o humano.
As ações humanas têm alterado o equilíbrio climático do planeta. E isso pode ter - e já tem - desfechos sérios.
Um deles é o derretimento do gelo e o aumento do nível do mar.
Só o gelo superficial da Groenlândia pode aumentar em 7,5 metros o nível do mar global.
Suficiente para inundar países e cidades litorâneas. Se você for de Fortaleza, é bom refletir sobre isso.
Bom, mas se a tendência natural é a Terra voltar para um período mais frio, é só esperar! Né? … Não.
Na medida que o gelo vai derretendo, o metano acumulado por baixo das camadas de gelo é liberado.
O metano é um gás tão poderoso quanto o CO2 no aceleramento do efeito estufa.
Aí, não tem quem aguente. As mudanças são muito rápidas e a biodiversidade é lenta demais para se adaptar.
Desastres ambientais serão mais frequentes, as temperaturas serão drásticas e a extinção em massa é muito provável.
Quer dizer… As grandes extinções que conhecemos geralmente vêm de eventos climáticos drásticos.
A diferença é que os dinossauros e animais da macrofauna não tinham escolha… Nós temos.
Entrar em extinção não é legal. E vocês estão se levando para a extinção?
Que tal respeitarmos a Era do Gelo e cobrarmos dos governos ações efetivas contra a crise climática?
Por falar em gelo e extinção, talvez você goste da matéria "Antártica em chamas":
Catalina Leite
Fátima Sudário
Geólogo Fabrício Caxito, professor titular da UFMG
Tenor / Isac Bernardo / Unsplash/ ONU
