Neste 17 de novembro, o Ceará e o Brasil celebram o nascimento de uma de suas mais importantes escritoras.
Imagem: Cláudio Lima, em 5/11/2000
Nascida em Fortaleza em 1910, Rachel de Queiroz foi um dos expoentes da segunda geração do Modernismo brasileiro.
Imagem: Museu Histórico de Quixadá
Relembrando: a primeira geração modernista foi aquela ligada à Semana de Arte Moderna de 1922, realizada no Theatro Municipal de São Paulo.
Imagem: Fernanda Barros
Seus principais expoentes foram os escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia e as pintoras Tarsila do Amaral (foto) e Anita Malfatti.
Imagem: Domínio público
O Modernismo da 2a. geração, ao qual Rachel é associada, é aquele ligado, sobretudo, a uma retomada crítica do regionalismo romântico.
Imagem: Cláudio Lima, em 05/11/2000
Também chamada de Geração de 30, a fase reunia, além de Rachel, escritores como Graciliano Ramos, Jorge Amado (foto) e José Lins do Rego.
Imagem: Fundação Casa de Jorge Amado
A cearense foi conduzida ao Olimpo da literatura brasileira após a publicação de seu romance de estréia, "O quinze", em 1930.
Imagem: Acervo Banco Itaú
Financiado inicialmente pela própria autora, a obra recebeu inesperado êxito de público e crítica. Rachel, com apenas 19 anos, tornou-se nacionalmente conhecida.
Sua vida pessoal e profissional é marcada por fatos históricos, curiosos e polêmicos, não apenas no campo literário, mas também no universo da política.
Imagem: Fernando Sá
Ela foi, por exemplo, a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977, em cadeira inaugurada por Bernardo Guimarães.
Imagem: ABL
A cadeira número 5 é ocupada, atualmente, por Ailton Krenak, o primeiro indígena eleito para a Academia, em outubro de 2023.
Imagem: Coletivo Garapa
Na década de 1930, Rachel participou ativamente do Partido Comunista Brasileiro. Ela chegou a ser presa em 1937, durante a ditadura de Getúlio Vargas (foto).
Imagem: Biblioteca Nacional
Em entrevista no início dos anos 2000, afirmou: "Eu era comunista, depois briguei com os comunistas..."
Imagem: Chico Gadelha, em 12/09/1998
"Descobri os trotskistas, porque os comunistas eram muito burros, muito certos, muito fechadinhos, muito apertadinhos".
Imagem: Acervo IMS
Na década de 1960, Rachel integrou o Diretório Nacional da Arena, partido de sustentação do regime militar brasileiro.
Imagem: Arquivo Nacional
Em episódio hoje clássico, o escritor Caio Fernando Abreu acusa Rachel, durante o programa Roda Viva, nos anos 90, de ter "ajudado o golpe militar".
Imagem: Programa Roda Viva
Rachel, visivelmente incomodada, responde: "Não ajudei, não. Eu ajudei o Castello. O resto, o A-I5, eu não tive a menor ligação."
A autora se referia ao seu amigo Humberto Castello Branco, marechal cearense que foi o primeiro presidente da ditadura militar, entre 1964 e 1967.
Imagem: O POVO
Um acidente aéreo tirou a vida de Castello Branco em 1967. O militar saia de visita à fazenda Não Me Deixes, de Rachel, na região de Quixadá.
Imagem: Arquivo O POVO
Polêmicas à parte, o valor de sua obra é inegável. Além de "O quinze", outros textos seus são peças importantes para nossa formação.
Quer conhecer mais da literatura de Rachel de Queiroz? Aventure-se por "As três marias", "Memorial de Maria Moura" e "Dôra, Doralina". Boa leitura!
Imagem: Fábio Lima, em 26/05/1998
Jáder Santana
Regina Ribeiro