No Pará, Ilha do Combu atrai apaixonados por chocolate e grafite

Localizada à quinze minutos de barco da capital Belém, a Ilha do Combu é parada obrigatória para quem busca turismo ecológico, chocolate e grafite

19:37 | Jan. 11, 2023

Por: Ana Flávia Marques
Na Ilha do Combu há cacaueiros, pés de açaí, cupuaçu, pupunha e diversas árvores amazônicas (foto: Adilson Nascimento / Divulgação)

Saindo de Belém, capital do Pará, atravessando o Rio Guamá, está a Ilha do Combu. Conhecida pela produção de cacau e açaí, a população local estima que há cerca de 200 famílias vivendo na região, considerados ribeirinhos, já que a maioria das residências estão instaladas às margens do Rio.

Desde 1997, a Ilha do Combu é considerada uma unidade de Conservação caracterizada como APA - Área de Proteção Ambiental. Além do extrativismo vegetal, a população vive da pesca e turismo. É impossível não se conectar com a natureza nesse local. Por todos os lados a floresta Amazônica se faz presente e os moradores encantam os visitantes com sua gastronomia e arte.

O Vida&Arte visitou a Ilha do Combu e montou um roteiro para quem planeja conhecer o local. Confira as dicas:

Como chegar

Para chegar na Ilha do Combu, é preciso ir de barco. Na Praça Princesa Isabel, no bairro Condor, em Belém, está localizado o Terminal Hidroviário Ruy Barata. Diariamente, diversos barqueiros estão a postos para levar tanto turistas como moradores da ilha que precisam atravessar o Rio Guamá para trabalhar em Belém. A viagem dura em torno de 15 minutos.

É possível comprar a ida e volta separadamente ou pagar pelo combo de uma só vez, custando cerca de R$20. Caso opte pelo combo, é preciso manter guardado um comprovante para ser apresentado na hora da volta. Também é possível reservar um barco com antecedência. Abaixo, segue mais informações:

Ilha do Combu

Onde pegar o barco: Praça Princesa Isabel (Av. Alcindo Cacela, 4510-4570 - Condor, Belém - PA)
Quanto: cerca de R$20
Para reservar com antecedência: Lancha do Bolota (91) 98837.1479

O que conhecer

Fábrica de chocolate, plantações, restaurantes e galeria de arte a céu aberto são algumas das atrações turísticas que a Ilha do Combu oferece. Confira opções:

Casa do Chocolate do Combu

Em meio aos cacaueiros, pés de açaí, cupuaçu, pupunha e diversas árvores amazônicas, está a Casa do Chocolate de Combu, uma das paradas obrigatórias para quem vai conhecer a Ilha do Combu. O espaço é gerido por Izete Costa, conhecida como Dona Nena, que comanda no local a marca Filha do Combu, uma produção de chocolate e cacau amazônico 100% orgânico. Através da fábrica, ela procura resgatar tradições ribeirinhas e promover melhor condição de vida para a comunidade local.

Quem quer visitar a ilha pode fechar um pacote de “turismo de experiência”, tendo a oportunidade de fazer uma caminhada entre as plantações, além de ouvir uma explicação sobre todas as etapas de produção do chocolate: colheita, fermentação, secagem, torração, moagem e refino.

Em seguida, é apresentada a trajetória de Dona Nena, com direito a conferir em tempo real a produção de alguns produtos marcantes da Filha do Combu, como a barra rústica de cacau. Durante o tour, os visitantes também têm oportunidade de experimentar algumas delícias da fábrica, como chocolate quente, café, leite, brigadeiro, chocolates finos e doces artesanais.

Na Casa de Chocolate também há uma loja com produtos da Filha do Combu, onde os turistas podem comprar diversos produtos e levar para casa as delícias do chocolate amazônico.

Através do site Vida Caboca, é possível comprar pacotes de visita à Casa de Chocolate, que inclui o translado de barco saindo de Belém até a Ilha do Combu. São quatro opções de roteiros, custando entre R$100 e R$390. O pacote mais caro inclui além de visitação a Fábrica uma imersão à cultura ribeirinha, passando por diversos trechos da Ilha.

Onde: Ilha do Combu
Quanto: a partir de R$ 100
Instagram: @filhadocombu
Compra de roteiro: vidacaboca.com.br

Projeto Street River

Quem visita a Ilha do Combu não pode deixar de conhecer o projeto Street River, a primeira galeria de arte a céu aberto dentro da Amazônia. Idealizado pelo artista paraense Sebá Tapajós e com a curadoria de William Baglione, a ação reuniu dez artistas de diferentes regiões do País para retratar através do grafite a vida dos ribeirinhos da Ilha do Combu.

Os artistas convidados foram Sebá Tapajós (PA), Tereza Dequinta e Robézio Marqs (Acidum Project, CE), Rimon Guimarães e Zéh Palito (Cosmic Boys, SP), Herbet Baglione (SP), Curiot (México), Zezão (SP), Ramon Martins (SP), Enivo e Lobot (A7MA, SP). Mais de 10 casas receberam intervenção artística. As pinturas foram feitas a partir de um tipo de tinta impermeável, que preserva a madeira das casas de palafitas.

Para ver os grafites é necessário combinar com o barqueiro, sendo provável que ele cobre uma taxa a mais pelo deslocamento.

Ygara Artesanal e Turismo

Também na Ilha do Combu, na comunidade Piriquitaquara, está localizada a Ygara Artesanal e Turismo, uma loja com diversos produtos artesanais para quem deseja levar um pouco do Combu para a casa. Canecas, quadros e acessórios são alguns dos produtos disponíveis.

Também não faltam óleos naturais, usados tanto com objetivo estético quanto medicinal. As moradoras da ilha garantem que o óleo de copaíba, por exemplo, é o segredo por trás dos lindos cabelos das mulheres paraenses.

Para chegar até o local é necessário combinar com o barqueiro, sendo provável que ele cobre uma taxa a mais pelo deslocamento.

Contato: (91) 99637.4226/ 98811.3979
Instagram: @ygara_artesanal

Aho Ilha do Combu

Uma boa opção para comer na ilha é o restaurante Aho. Localizado à margem do rio, permite que os clientes mergulhem nas águas, além de contar com uma piscina pequena na parte interna. Também há redes instaladas para quem preferir descansar.

O cardápio inclui peixes de água doce, como o Tambaqui, caldo de Tucupi, caldeirada vegana de cogumelos, isca de Pirarucu e a tradicional unha de caranguejo, prato típico do Pará.

Para chegar até o local é necessário combinar com o barqueiro o deslocamento.

Instagram: @aho.ilhadocombu

Podcast Vida&Arte

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