Agente Oculto: vale a pena assistir o filme mais caro da da Netflix?
"É o tipo de filme que achamos que funcionaria bem com o público de hoje", diz diretor Joe Russo sobre superprodução com Ryan Gosling e Chris Evans
16:50 | Jul. 21, 2022
A Netlix lança nesta sexta-feira, 22, uma das principais apostas em 2022. Para muito além disso: "Agente Oculto" é o maior investimento da história da gigante do streaming - cerca de US$220 milhões (R$1,08 bilhão).
São vários os motivos que justificam o orçamento astronômico. "Agente Oculto" tem direção de Anthony e Joe Russo, os "Irmãos Russo", responsáveis pelos sucessos da Marvel "Vingadores: Guerra Infinita" (2018) e "Vingadores: Ultimato" (2019).
Só que dessa vez eles se aproximam um pouco mais da realidade. Os astros de Hollywood Ryan Gosling e Chris Evans interpretam agentes da CIA que tentam matar um ao outro numa perseguição que roda o globo, com muita porrada e alívios cômicos - num clássico roteiro de ação que consagrou marcas como "007".
"Essa é uma história moderna. Bond tem cerca de 60 anos neste momento, Bourne tem cerca de 20, e este filme está conectado de várias maneiras a alguns problemas que estão acontecendo no mundo agora. O personagem é extremamente existencial, bastante engraçado, e acabamos descobrindo que combina com nosso senso de humor", diz Joe Russo, em coletiva de imprensa virtual que contou com presença do JC. "É o tipo de filme que achamos que funcionaria bem com o público de hoje", resume o diretor.
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Momento Sensível
De fato, a aposta não pode falhar. A Netflix está em um momento sensível, com perda de assinantes e queda no preço de ações, o que tem levado a plataforma a pensar em alternativas como planos mais baratos com comerciais e proibição de compartilhamento de senha.
Existem vários fatores para que "Agente Oculto" seja um sucesso. O filme é baseado no primeiro volume da série de livros "The Gray Man", de Mark Greaney, que já tem 11 continuações. O longa é repleto de cenas de ação estonteantes, elenco carismático, além de trazer Chris Evans, o Capitão América, como vilão.
"Interpretar um vilão é sempre um pouco mais divertido, você tem um pouco mais de liberdade, você recebe muito mais piadas, mas trabalhar com os Russos é o que dá essa sensação de confiança e liberdade", diz Evans. "Quando você confia nos cineastas, está mais disposto a correr riscos, e certamente um personagem como esse exige riscos. Então, sem os Russos e o relacionamento que temos, não sei se teria tido uma experiência tão gratificante".
Já Ryan Gosling, que vive o agente que descobre segredos sujos da CIA e vira alvo da perseguição, falou que teve experiências inéditas durante a gravação. "Os Russos têm um processo muito legal, que eu nunca fiz antes, onde, no início do filme, sentamos com todos os chefes de departamento, e eles colocaram o roteiro em uma tela grande, e todo mundo meio que começou a falar enquanto eles trabalhavam. A princípio, torna-se pouco precioso e muito colaborativo", falou Gosling. "Você sabe que filme está fazendo. E ficou claro que estávamos meio que filmando para as coisas que eu cresci amando nos anos 1980 e 90, que tinham um tipo de senso de humor sobre si mesmas".
Confira o trailer de "Agente Oculto":
Aventura nas ruas
Outro diferencial - e que aumento bastante os custos para a produção - foi a gravação externa, evitando os grandes estúdios. "A sequência de Praga, precisávamos de uma grande parte da cidade para fazer. Essa sequência começa em uma grande praça da cidade e continua por uma perseguição por toda a cidade, então foi muito complexa", explica Anthony Russo.
"Só para dar um exemplo de como foi difícil: há um bonde em que o agente oculto entra e a personagem de Ana (de Armas) está meio que o perseguindo em um carro. Há muitos outros mercenários ao redor, percorrendo Praga. Para filmar essa sequência, estávamos usando bondes reais em Praga", continua.
Como o livro que inspirou "Agente Oculto" tem 11 sequências, ficou impossível não questionar os diretores sobre continuação. Eles admitem que o primeiro filme já é o passo para a construção de um universo. "Parte da nossa motivação para montar um elenco como esse, um elenco incrível como esse, que pode incorporar tantos personagens interessantes, foi a esperança de criar uma espécie de universo em que você queira seguir todos eles, seja para frente ou para trás, a partir deste momento, no tempo que pegamos neste primeiro filme. Então, sim, espero que haja mais histórias para contar no mundo do Homem Cinzento", concluiu Anthony. (Emannuel Bento / Jornal do Commercio)
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