Cineasta dissidente Jafar Panahi é detido no Irã
Panahi foi condenado em 2010 a seis anos de prisão e 20 anos de proibição para filmar ou escrever roteiros, viajar ou falar com a imprensa
O cineasta dissidente iraniano Jafar Panahi, ganhador do Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim de 2015, foi detido nesta segunda-feira, 11, em seu país, informou a agência de notícias iraniana Mehr. "Jafar Panahi foi detido hoje (nesta segunda-feira) quando se dirigiu ao Ministério Público de Teerã para acompanhar o caso de outro cineasta, Mohammad Rasoulof", preso na sexta-feira, segundo Mehr.
Artista dissidente, Panahi foi condenado em 2010 a seis anos de prisão e 20 anos de proibição para filmar ou escrever roteiros, viajar ou falar com a imprensa, por "propaganda contra o governo", depois de ter apoiado o movimento de protesto de 2009 contra a reeleição do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad na Presidência da República Islâmica.
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No entanto, Panahi, de 62 anos, continua vivendo e trabalhando no Irã.
A agência de notícias iraniana Irna informou na sexta-feira a detenção de dois cineastas acusados de "alterar a ordem pública", por incitar manifestações após o desabamento mortal de um prédio no sudoeste do país em maio.
Mohamad Rasoulof, premiado no exterior, e seu colega Mostafa Aleahmad "incentivaram as manifestações e perturbaram a ordem pública e a segurança da população, quando a cidade de Abadán vivia um drama", após o desabamento que causou a morte de 43 pessoas.
O prédio Metropol, em construção em Abadan, uma das principais cidades da província de Khuzistão, no sudoeste do país, desabou parcialmente em uma rua movimentada.
Essa catástrofe, uma das mais mortíferas em anos no Irã, provocou uma série de manifestações em todo o país em solidariedade às famílias das vítimas e contra as autoridades, acusadas de corrupção e incompetência.
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