Primeira noite de Carnaval no Aterrinho tem homenagens a Ednardo e público animado

Primeira noite de Carnaval no Aterrinho tem homenagens a Ednardo e público animado

Ednardo é o grande homenageado da festa de Fortaleza em 2025. Cantor se apresenta no Aterrinho neste sábado, 1º

Apesar das chuvas e da previsão de tempestade, a festa no Aterro da Praia de Iracema, em Fortaleza, não deixou de acontecer. Mesmo com público menor, os foliões vieram com amigos e família em busca de efetivar 2025 com a folia de Carnaval.

Famoso entre os grandes músicos do Ceará, Pantico Rocha subiu ao palco ao lado do grupo Frevo Maresia. Ao fim do show, ele dedicou parte do seu tempo para falar do homenageado deste ano, o cantor Ednardo, com quem realizou vários trabalhos juntos.

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“Todo artista nesse Carnaval deveria cantar pelo menos uma música do Ednardo”, disse Pantico para incentivar que as atrações da noite mostrem ao público jovem o trabalho do homenageado.

Logo em seguida, a banda Nação Zumbi assumiu a música do Aterrinho e usou do momento de primeiro contato com o público para lembrar do legado de Ednardo.

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Fantasias e adereços dão o tom do Carnaval no Aterrinho

Destacando o que afirmou ser a música do Carnaval, estava Laura Brito, vestida de tigrinho em referência à canção “Sequência do Arrocha”.

“Eu acho que é uma música com espírito do tempo que estamos vivendo, trazendo a música para o popular”, declarou. Com entusiasmo na festa, a publicitária de 22 anos destaca que o Carnaval deve ser feito com músicas do momento e com clássicos da festividade também.

Laura Brito, publicitária, vestida de "tigrinho" no Carnaval do Aterrinho
Laura Brito, publicitária, vestida de "tigrinho" no Carnaval do Aterrinho Crédito: Daniel Galber/Especial para O POVO

Com amigos e coolers de bebida, Kaliny Costa também aproveitava o Carnaval no Aterrinho. A foliã, que veste roupa super colorida, disse que a festa em Fortaleza está cada vez melhor em relação à segurança e mais plural quanto ao público.

“Eu acho incrível me produzir e sempre guardo brilhos e coisas de Carnaval para usar nos anos seguintes. Dessa forma, quando chega a festa, eu já tenho adereços para todos os dias”, diz Kaliny.

O casal Francisco José Romano e Ana Maria do Nascimento, de 61 e 62 anos, respectivamente, estavam próximos ao palco para aproveitar bem a noite. Ela destaca que veio ao Aterrinho depois de muito tempo, pois mora em São Paulo com o marido cearense.

“A festa está maravilhosa e cresceu muito desde a última vez que vim. Nós moramos fora, mas amamos isso aqui. O Carnaval daqui é muito melhor do que o de São Paulo”, disse Ana, casada há 31 anos com Francisco.

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Também próximo ao palco, um grupo de amigos com brilho e adereços dançava intensamente músicas de Pabllo Vittar e Duda Beat. Entre os que “davam a vida” pela performance, estava Luis Abreu, que acompanhava dois casais que conheceu no Carnaval de 2024: um de Caucaia e outro da Itália.

O jovem também declarou que, mesmo não conseguindo se comunicar verbalmente com o casal de italianos, se tornaram amigos no ano passado e combinaram o encontro por meio do Google Tradutor. “A gente faz tudo usando a tradução”, conta entre gargalhadas.

Outro grupo de amigos presente no local era o casal Fernando e Talita, ele que estava completamente fantasiado de Naruto e ela que usava apenas uma tiara na cabeça. “Eu sempre digo que vou me planejar para usar fantasia, mas acabo esquecendo”, diz a namorada.

Os dois se conheceram exatamente há um ano, também no Aterrinho da Praia de Iracema, onde ficaram juntos pela primeira vez. “Quem estava se apresentando no dia era a Superbanda”, lembra Fernando, que é psicólogo.

Além de grupos de amigos, era possível encontrar famílias entre o público do polo carnavalesco, como Conceição e Bárbara Cidrack, mãe e filha.

“Faz muito tempo que a gente aproveita o Carnaval juntas, bem mais de 10 anos. Foi a Luizianne quem começou toda essa festa aqui e estou com ótimas expectativas em relação ao Evandro para este ano, pois tudo esta mais descentralizado e mais democratizado para as periferias de Fortaleza”, disse Conceição.

A mãe, de 65 anos, relata que sempre gostou de Carnaval, mas não aproveitava a festa quando criança em família, por isso fugia de casa para brincar no período. Com sua filha, ela criou a tradição de sempre curtir a folia com sua família e amigos.

“Eu amo a festa, a diversão e a diversidade. Eu aprendi as musicas de Carnaval com a minha mãe e venho sempre com ela. Comemorar isso de geração em geração é algo que não me agride, não me constrange. Eu festejo isso com a minha mãe, com o meu pai e não tenho vergonha disso”, diz Bárbara.

Durante a festa no Aterrinho, houve quem chamasse mais atenção que algumas músicas que eram cantadas no palco, pois a jovem de 19 anos, Mel Azevedo, estava com uma fantasia fora do convencional: Freddie Mercury prateado do Pânico na Band.

“Me caracterizei porque é muito bom”, ri. “Pensei nisso porque é Carnaval e eu amo Freddie Mercury, juntei o útil ao agradável”, complementa.

 

Às 22 horas, conforme divulgado, o homenageado do Carnaval de Fortaleza, Ednardo, subiu ao palco. O criador da emblemática canção “Pavão Misterioso” foi a última atração da noite e assumiu a música depois de diversas homenagens de Nação Zumbi e Pantico Rocha em suas respectivas apresentações.

O cearense, que completa 80 anos em abril, discursou, entre a apresentação de sucessos que marcaram seu repertório, sobre a felicidade de receber a homenagem neste ano. Ednardo ainda cantou uma música de Fausto Nilo e chamou o caririense Calé Alencar ao palco também.

“Foi com muita alegria que eu recebi esse convite. De brasileiros de norte a sul, eu canto a minha música do Ceará”, declarou o cantor em sua primeira fala aos foliões. Ednardo é conhecido internacionalmente por suas canções e é considerado o artista de sua geração que mais representa a “cearensidade”.

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O Aterrinho da Praia de Iracema, principal polo de Carnaval do Ceará, registrou grande público neste primeiro dia de festa. Nele, a diversidade de gênero, sexual e, principalmente, etária, foram a marca da festa. Em cada espaço, era possível ver crianças brincando entre si, idosos e jovens casais.

“Eu tô cantando musicas que eu gravei quando vocês eram bem novinhos ou nem tinham nascido. É legal ver que vocês sabem cantar”, comemora o cearense, ao perceber a quantidade de jovens no entorno do palco.

O artista, com muita animação, compartilha aos foliões: “Uma moça me perguntou ‘Ednardo, como você vê a apropriação das suas musicas no Carnaval?’”, diz ele, que acrescenta estar nas festas Carnavalescas da Cidade desde criança. Como artista, ele destaca ter participado do Carnaval desde o Maracatu até o Frevo.

“Antes do Carnaval me abraçar, eu abracei o Carnaval”, finaliza.

Durante o show, a chuva voltou a cair e, pouco a pouco, os foliões foram embora. A grande maioria, no entanto, ficou firme na areia até o final do show.

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