Carnaval: Polo Mocinha é marcado por marchinhas antigas e público mais maduro
Folia na Mocinha nesta segunda-feira de Carnaval resgata marchinhas antigas da festa e agita público com mais idade; confira como foi a programação do localNo meio dos axés e a corrida de todo ano para saber qual será consagrada a música do Carnaval, o polo da Mocinha fez um mergulho do passado e resgatou as marchinhas tradicionais dos carnavais antigos. A segunda-feira, 12, foi de muito balancê ao som de trompetes e saxofones.
Embora a presença de jovens fosse notada, foi o público com mais idade que aproveitou a folia.
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Assídua do polo, a professora aposentada Liduína Linhares, 70, conta que há cinco anos escolhe o espaço justamente pela trilha sonora. Ela não escondeu a felicidade de junto com os amigos o casal Socorro Azevedo, 56, e Claudio Felix, 59, escutar as marchinhas de outros tempos. Para ela é um mergulho no tempo e em sua própria história.
“Preferimos, é do nosso tempo. Eu sinto uma emoção grande demais, de quando era nova, do tempo que era ‘aborrecente’”, brinca, mencionando um apelido conhecido dado aos públicos adolescentes.
Com ou sem os amigos, a professora escolhe todos os anos, em pré ou no Carnaval mesmo, o polo Mocinha atraída justamente pelo público mais “família”. “Só esse canto (agrada)”, diz ainda. Se o ciclo carnavalesco tem uma cara, para ela é a Mocinha.
“É mais família, me sinto mais confortável, um público mais selecionado”, afirma ainda pulando. A aposentada confirma a felicidade passando a mão no rosto para enxugar o suor também do calor após dois dias de Carnaval com chuvas.
Além dos tradicionais coolers e isopores, já marca registrada de diversos polos, na Mocinha, eles se alinhavam com banquinhos e cadeiras de praia. É uma estratégia para revezar: aproveitar e descansar.
Carnaval na Mocinha: “melhor canto pra você pular carnaval”
Famílias combinaram camisas idênticas e observavam as crianças brincando com serpentinas e confetes. No espaço, desconhecidos se tornam amigos e vão sempre voltando em eventos seguintes.
É o que conta a servidora pública Vania Lemos, 66. “Aqui é o melhor canto pra você pular Carnaval, é aqui na Mocinha. Tudo aqui é legal. Com a idade já avançada, os 'coroões' e as 'coroinhas'. Aqui tudo é perfeito, porque não tem briga. Você fica dançando, todo mundo se conhece, se você vir aqui ano que vem todo mundo vai estar aqui todo mundo se conhece, faz amizade”, conta.
Ela é uma das que estava sentada em sua cadeira de praia, mas ainda agitando os dedos no ritmo das músicas. A diversão fica maior quando os axés do passado como "Pequena Eva" e "Diga que Valeu" soam na multidão.
“Brinco o pré e o Carnaval. Eu trago a cadeirinha porque, como eu tenho problema no joelho, tenho que ficar sentada. Brinco um pedacinho, me sento, brinco um pedacinho e me sento. Eu trago minha cachaça, ele (o marido) traz a cervejinha. Todo mundo aqui é amigo. Nem que você não queira, você faz amizade ”, afirma.
“A gente vem pra desopilar, porque eu já brinquei muito Carnaval, muito mesmo. De ficar lá dentro do fuzuê mesmo, mas a gente vai tendo os percalços na vida e você vai e fica só no dedinho. Vai dançando aqui e acolá”, diz ainda a servidora.
Os looks escolhidos também se destacam de outros polos. Se em alguns ambientes, meias arrastão, hot pants e fantasias políticas são mais comuns, na Mocinha o que reina são as perucas, cordões havaianos e flores. O que se repete são os brilhos nas roupas, no rosto e cabelo.
Com informações da repórter Júlia Duarte/O POVO
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