Pequenos foliões aprendem a pular Carnaval no Passeio Público
Festa reuniu cerca de 300 crianças no Passeio Público, ponto matutino do pré-Carnaval infantil em Fortaleza. À tarde, a folia ocorre na Praça Rachel de QueirozTodo folião um dia aprendeu a pular Carnaval, e o Passeio Público com certeza viu nascer pequenos carnavalescos na manhã deste domingo, 14. Cerca de 300 crianças acompanhadas de pais, avós e pets reuniram-se no pré-Carnaval infantil de Fortaleza para aprender as marchinhas, as danças e as brincadeiras da festa.
Flora Teófilo, de apenas 10 meses, vem de família amante do Carnaval: a mãe Renata, 33, e o pai Diego, 36, curtem a festa desde pequenos. Pernambucana, Renata já está preparando a bebê para três dias de festança em Olinda neste fevereiro, onde irá conhecer os familiares. “Ela tá gostando, tá curiosa com tudo”, ri a servidora pública, comentando a desconfiança da filha nos primeiros minutos no meio da multidão.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Acompanhando o trio estava também Bia, a shih-tzu de quatro anos que conhece a brincadeira desde o ano passado. Relaxada entre os foliões e descansando no banco, a cachorrinha representa um grupo de pets atento aos seus pequenos tutores. Alguns embarcam totalmente na diversão, como um cachorrinho fantasiado de abelha (uma AUbelha) ao lado do tutorzinho Homem de Ferro.
Aliás, a criançada foi diversa nas fantasias: heróis, heroínas, princesas, animais e personagens (alguns contemporâneos e outros já clássicos) colorindo o parque. Ana Beatriz Braga, de 4 anos, escolheu a dedo a roupa de Wandinha, com direito a tranças e gola branca. Já Kelly, 10, justificou a escolha da sereia Ariel sem titubear: “O cabelo dela parece com o meu".
Acompanhada do tio, Wagner Santos, 37, essa é a terceira vez de Kelly na folia. Os primos e irmãos aproveitam pela primeira vez. No total, Wagner trouxe três filhos e três sobrinhos para o Passeio Público, em uma das poucas folgas que tem no ramo da hotelaria.
"É um momento de poder estar com os filhos, sair da rotina. Acho que o pré Carnaval aqui é algo sadio, só brincadeira, a gente não vê violência como no dos adultos", reflete o supervisor de hotelaria. A ideia é ir para a folia todos os finais de semana em que tiver folga. Os filhos, com certeza, continuarão vindo. "Os meus mais velhos gostam tanto que já me largaram e tão ali no meio, brincando", ri.
O comércio também se mobilizou para atender aqueles sem fantasias. Nos estandes do Passeio Público, tiaras, máscaras e chapéus variaram entre 10 e 20 reais. O mesmo preço vale para estalinhos, spray de cabelo, confete e serpentina.
Além dos brinquedos, carrinhos de picolé e pipoca foram colocados em pontos-chave do parque. O comerciante Francisco Laurinho, 67, trabalha há 56 anos como pipoqueiro na Praça do Ferreira e deslocou-se ao Passeio Público para aproveitar a demanda.
Um saco de pipoca por 5 reais, docinhos e chocolates variados por volta dos 6 reais. Ele e a família acompanharão todo o pré-Carnaval infantil: “Da minha família, cinco pessoas trabalham como pipoqueiro. Aquele ali na frente é meu filho e lá atrás tá minha nora vendendo também”, apontou.
Pré-Carnaval em Fortaleza: Para além da folia, o mundo real
Apesar da alegria, o Passeio Público também escancara a dura realidade do cotidiano. Entre serpentinas e pipocas, pessoas em situação de rua tentavam abordar os foliões pedindo comida ou alguns trocados. Para outros, a oportunidade foi de catar latinhas em sacos enormes.
Por volta do meio-dia, uma ambulância seguiu até a esquina com a rua da Assunção com a rua Pedro Pereira para atender um homem, também em situação de rua, que parecia estar passando mal e foi socorrido por transeuntes.
Às nove horas, na abertura do evento, o grupo musical Charanga do Tio Marcão Lindão convidou o público a pedir por paz. “A gente começa sempre pedindo paz. Agora mais do que nunca, nessas guerras que estão acontecendo aí, esses genocídios, a gente tem que gritar por paz”, entoou o cantor e musicista Marcos Melo.
Já o Conselho Tutelar, a Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci) e o Ponto de Encontro desenvolveram um esquema de pulseirinhas para garantir a segurança das crianças. A equipe distribuiu pulseirinhas entre as crianças, com autorização dos pais, e nelas colocou o nome da criança, o nome do responsável e um número de contato em casos de desencontro e perdas entre as famílias.
A educadora social Hilda Maia explica que as crianças desacompanhadas são encaminhadas pela equipe a uma tenda, onde os pais podem encontrá-las após serem contatados.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente