Glitter: conheça o mocinho da folia e vilão do meio ambiente
O adereço usado no Carnaval não é biodegradável e seu descarte inadequado pode impactar o ecossistema aquáticoO glitter, adereço feito de material plástico com revestimento de alumínio para conferir brilho, é figura garantida nos blocos de Carnaval e nos ralos do banheiro pós-folia. O seu descarte, contudo, pode ameaçar a vida marinha.
"Não existe estudo ainda que comprove se o glitter consegue ser eliminado no sistema de tratamento de esgoto”, destaca Rivelino Cavalcante, professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC).
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A remoção segura do acessório esbarra no tamanho (menos de 5 milímetros, dependendo do produto) e sua relação com os microplásticos. As pequenas partículas, uma vez ingeridas por espécies marinhas, podem causar efeitos tóxicos.
A cadeia de alimentação dos seres humanos também é afetada a partir da ingestão de peixes contaminados pelas partículas. “O microplástico se espalha pelo mundo todo. Ele já consegue ser encontrado na corrente sanguínea”, afirma Cavalcante.
A maioria dos microplásticos encontrados no oceano são plásticos decompostos em pequenos pedaços ao longo do tempo. O glitter, por outro lado, é produzido diretamente em seu formato diminuto.
Glitter e sua produção
O glitter é constituído por macromoléculas chamadas de polímeros, mas a sua produção preza pela redução de custos. “Às vezes você está usando um subproduto de materiais que já têm um valor agregado muito baixo”, explica o professor Rivelino Cavalcante.
O material produzido, de origem plástica, não é biodegradável, ou seja, não será decomposto facilmente no meio ambiente.
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Glitter pode ser banido?
Em 2020, as empresas britânicas Morrisons, Waitrose e John Lewis decidiram remover o glitter de suas lojas para diminuir a presença de microplásticos no ambiente.
Os Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Suécia, Franca, Inglaterra e Escócia decidiram introduzir a proibição da fabricação e venda de certos produtos de higiene pessoal contendo “microesferas” de plástico, segundo informações do Fórum Econômico Mundial (FEM).
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