Blue Prince: Fãs de Quebra-Cabeça, sintam-se em casa

Blue Prince: Fãs de Quebra-Cabeça, sintam-se em casa

Blue Prince mistura mistérios, visuais calmos e ambientes envolventes, recompensando quem planeja com cuidado e perseverança

Imagine entrar em uma mansão que muda de forma toda vez que você pisa nela. Blue Prince, jogo do estúdio independente Dogubomb, transforma essa premissa em uma das experiências mais criativas e envolventes dos últimos tempos. A missão é simples (na teoria): encontrar a 46ª sala de uma casa que só tem 45 no papel. Mas o que parece um mistério simples vira um quebra-cabeça labiríntico, profundo e cheio de camadas, onde cada descoberta leva a mais perguntas — e mais tempo de jogo do que você pretendia gastar.

A história, embora presente, não é o motor principal. Fragmentada em bilhetes, retratos e objetos espalhados pela mansão, ela lembra jogos como Gone Home e Outer Wilds. É um pano de fundo que enriquece a experiência, mas que pode ser ignorado por quem está ali só pelo desafio mental. Os personagens existem mais como ecos do passado do que figuras ativas.

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Controlar o jogo é fácil e intuitivo. Ele é jogado em primeira pessoa, com comandos padrão: mouse e teclado ou controle funcionam sem problemas. Seja usando mouse e teclado ou um controle, a experiência é fluida, e os botões estão bem organizados para facilitar a navegação rápida. O ritmo do jogo é tranquilo, sem cronômetro, permitindo uma exploração cuidadosa. A recomendação é sempre ter um caderno para anotações ou usar a função de captura de tela, pois o jogo exige boa memória e atenção aos detalhes.

Visualmente, Blue Prince aposta em uma arte cel-shading discreta e elegante. Não há exageros gráficos, mas o estilo minimalista contribui para o tom misterioso do jogo. As cores são usadas com inteligência: cada tipo de sala tem uma paleta própria, o que ajuda na navegação e compreensão. Mesmo após várias horas de jogo, os gráficos continuaram funcionando como parte da mecânica, sem cansar os olhos ou distrair.

O som é outro destaque. A trilha é sutil e atmosférica, ajudando a criar a sensação de que a casa está viva. Efeitos como o ranger de portas ou o som distante de um alçapão abrindo adicionam tensão, mesmo em momentos calmos. O jogo sabe quando se calar e quando deixar o som falar por ele — um equilíbrio raro em experiências narrativas interativas.

A rejogabilidade é extremamente alta. Cada dia dentro da mansão traz uma experiência diferente. Mesmo após alcançar o objetivo final, ainda há uma boa chance de encontrar novas salas e enigmas para desvendar. O ciclo viciante do "só mais uma tentativa" está bem presente neste título e é bastante marcante. Porém, nem tudo é perfeito: algumas mecânicas dos puzzles dependem do reconhecimento de cores, o que pode ser frustrante para pessoas com daltonismo, um aspecto de acessibilidade que surpreende por não ter sido considerado, mas que provavelmente será corrigido em atualizações futuras.

Blue Prince é estranho, brilhante, frustrante e apaixonante. Um jogo que se constrói aos poucos dentro da sua cabeça, mesmo quando você não está jogando!

Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico

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