Rapper Teto comenta álbum em que tenta 'achar sua melhor versão'

Rapper Teto comenta álbum em que tenta 'achar sua melhor versão'

Teto lança "Maior Que O Tempo", seu primeiro álbum, e conversa com o Vida e Arte sobre a nova fase na carreira

Rapper baiano de 23 anos, Teto já é um nome conhecido no cenário da música urbana nacional. Em março, ele lançou seu primeiro disco de estúdio. O projeto, que começou em janeiro com o EP “Tempo.zip”, toma continuidade neste álbum com 11 faixas. Um trabalho que o artista define como o mais difícil da sua carreira, mas que reflete seu amadurecimento pessoal e profissional.

A idealização do álbum “Maior que o tempo” começou em 2022, no entanto, o rapper explica que foi somente há oito meses que ele começou a enxergar a tradução do que ele queria falar. “Comecei a escrever em um caderno o significado das músicas que eu havia escrito, foi quando comecei a encontrar o sentido desse álbum”, explica.

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A história que ele criou neste trabalho é envolta em um personagem “que vive perdido no tempo”, e foi primeiramente apresentada no EP “Tempo.zip”. No lançamento de janeiro, a intenção foi começar a contar a trajetória de crescimento do cantor, por meio desse personagem que viaja no tempo, “tentando corrigir erros do passado e acertar no futuro, tentando achar a sua melhor versão”.

Por meio das sete faixas e visuais do EP, Teto mostra ao público cenários de uma distopia em que o personagem desenvolve formas de sempre fazer as escolhas certas, seja no passado ou futuro. Porém, tudo isso se mostra como uma grande ilusão e cada vez mais que ele se afunda nessa distopia, mais debilitado se torna. “E nesse álbum ('Maior que o tempo') damos continuidade à explicação de como esse personagem chegou até o momento de mudança”, explica.

Para que esse percurso no tempo ficasse perceptível, o rapper decidiu lançar primeiramente o EP e posteriormente o álbum, liberado em partes ao longo de um dia “para proporcionar a melhor experiência ao fã”. Às 15 horas, foi liberada a primeira parte do disco, às 18 horas um interlúdio em live nas suas redes sociais e, por fim, às 21 horas, o restante do álbum.

A criação desse universo distópico é a forma que o rapper encontrou de externalizar seu sentimento de amadurecimento nestes mais de cinco anos de carreira. Ele conta que o objetivo do trabalho completo é mostrar que existem coisas mais importantes. “Eu coloco minhas visões pessoais sobre amor e espiritualidade”, explica. “É um projeto que eu queria dar o peso de mostrar o amadurecimento da minha carreira e mente”.

Teto se tornou pai há quatro meses e isso foi algo marcante para a produção deste álbum. “Eu conheci o verdadeiro significado de amor na mais pura forma”, conta. Essa percepção influenciou a sua trajetória e a história que desejava passar aos fãs.

Ele também conta que a maior referência para a produção foi seu pai, que esteve presente em sessões de estúdio e quando seu filho desejava opiniões. “Eu queria ouvir dele e ver o que ele tem de consideração e foi muito positivo para a finalização do meu primeiro álbum”, avalia. Ele define que as experiências pessoais foram fundamentais para escrever e gravar todas essas músicas. “É meu primeiro disco, não queria desperdiçar a oportunidade de fazer o meu melhor”, explica.

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“A arte está acontecendo aqui também”

Nestes cinco anos de carreira, o baiano, que faz parte do selo 30PRAUM, representou o rap nordestino e brasileiro. Sua bagagem como artista, que foge dos ritmos tradicionais de sua terra natal, é “explorar o inexplorado e se aventurar em diversos ritmos”. E neste atual trabalho, se foi “além do trap e do hip hop, eu fui ao que mais importava, que é a música”, relata o baiano.

O artista reconhece a importância de levar a cultura do Nordeste para o Brasil e a do País com um todo ao mundo. “A missão da minha carreira é fazer a minha arte e trazer reconhecimento para a nossa própria cultura”, comenta. Ele acrescenta que a referência não pode ser só a arte feita em outros países, “tem que ser a gente referência também”, finaliza.

Algo também presente neste atual trabalho é essa chamada que o cantor faz para a cultura brasileira e para o português. “Quero mostrar que na América Latina tem mais que só o espanhol e o reggaeton, a gente canta em português e tem que se orgulhar disso. Precisamos olhar para nossa arte e dar valor, porque é muito valioso. A arte está acontecendo aqui também”, diz o compositor.

“Fase de ir para a rua”

Encaixar todos os tópicos que desejava abordar em um álbum não foi um trabalho fácil. “Foi de longe o maior desafio da minha carreira até hoje”, aponta ele que fez single durante toda a carreira. “Eu já via que era difícil, mas juntar as 11 faixas em um conceito foi mais complexo”, relembra Teto, dizendo que esse processo também foi muito importante para sua trajetória como artista e que se sente orgulhoso e otimista com o resultado.

“‘Eu estou confiante e agora estamos na fase de ir para rua ver como o público vai receber esse trabalho”, relata o rapper que está ansioso porque é uma etapa desconhecida para ele como artista que está lançando seu primeiro disco de estúdio.

Teto se vê como uma pessoa que reconhece seu potencial e que pode fazer por ele mesmo, e não para agradar outras pessoas. “Não adianta a gente querer fazer ou representar uma coisa que não faz parte de nós. Eu tentei fazer isso por um longo tempo da minha carreira. Não me fez bem”, conta.

Sua expectativa é poder cativar o fã com esse novo trabalho e que eles percebam a mensagem que ele deseja transmitir. “Quero que meus fãs e todo mundo que escutar entre nessa evolução e aprendizado comigo para poder manter o nosso cenário mais evoluído, mais informado culturalmente e poder ter discussões no que realmente importam e não perder tempo, essa é a visão”, finaliza o rapper.

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