Musical inspirado na obra de Belchior é apresentado em Fortaleza
A peça "Nada Como Viver" retorna aos palcos de Fortaleza, trazendo diversidade brasileira e multiplicidade artística no elenco. Musical é inspirado na obra de Belchior
O Teatro Dragão do Mar recebe nos seus palcos o espetáculo “Nada Como Viver”. A peça gira em torno de temas presentes na discografia do cantor cearense Belchior, estreia nesta sexta-feira, 11, e é produzida pelo grupo teatral Companhia Vira Folhas de Teatro.
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O roteiro foi escrito no fim de 2022 e logo foi seguido pelas audições. O elenco selecionado teve o objetivo de representar a diversidade brasileira. Entre as seis atrizes e os seis atores, encontram-se pessoas pretas e membros da comunidade LGBTQIAPN+.
“A diversidade de atores pode ser algo dificultoso para alguns diretores, mas, pessoalmente, eu acho que tem um benefício muito grande em você pegar um grupo tão diverso, com experiências artísticas tão diversas", afirmou Matheus Noronha, diretor teatral da peça.
Ele compartilha que sempre tinha algo a aprender com alguém do grupo: “Essa diversidade faz a gente crescer, isso é tão satisfatório”.
“Nada Como Viver” é o principal produto da Companhia Vira Folhas de Teatro e conta a história de um único personagem, interpretado por todo o elenco.
Com um esquema de “passar o bastão”, a protagonista move-se por uma jornada de busca por si, desbravamento do mundo, com desejo pelo novo e constante escapismo.
A ideia de trazer as transformações que a protagonista vive é passada pelos diferentes estilos de canções utilizados na montagem. Com foco no rock e no blues, a estética musical do espetáculo busca referenciar as diferentes sonoridades por meio da interpretação e da vocalidade dos atores.
Lorena Almeida, atriz há 21 anos e parte do elenco de "Nada Como Viver", compartilha que já teve a oportunidade de trabalhar em outros espetáculos musicais e que visualiza a música como uma ferramenta que potencializa emoções.
“É realmente uma forma de expressar coisas que a alma sente e a música consegue trazer isso de uma forma diferenciada, de um modo geral”, conta a atriz.
Ela ainda afirma que a experiência se diferencia pela escolha de Belchior como tema: “A partir do momento que a gente se propõe a fazer um espetáculo com músicas do Belchior, isso ganha outro significado, porque fala do nosso Ceará e traz uma poesia que é profunda”.
O espetáculo é também apresenta as vivências de cada pessoa do grupo, como artistas e indivíduos. “Nós queríamos uma dramaturgia que atravessasse o público de diferentes formas, mostrando a trajetória de uma pessoa que sai da sua zona de conforto e se joga no mundo afora”, afirma Matheus.
A interpretação individual é estimulada pelas marcações temporais da peça. Inspiradas pelo caráter atemporal das letras de Belchior, as cenas podem ter um dia ou um ano de diferença entre elas, a depender de como o espectador compreende a história.
De acordo com Matheus, o objetivo é que cada um possa sair da montagem tirando um pouquinho para si e “gerando aquela transformação”.
O diretor completa: “É uma linha tênue que a gente tenta encontrar entre uma história clara o suficiente para entender o que está acontecendo e não entregar tanto para que a pessoa não consiga se projetar na história”.
A peça estreou originalmente em julho de 2023, na Sala Nadir Papi Saboya, do Teatro José de Alencar. Com 20 apresentações, somatizou cerca de três mil espectadores e ganhou o edital do Circuito de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza (SecultFor).
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Conheça a Companhia Vira Folhas de Teatro
Originalmente chamado Tria de Teatro, o grupo estreou com o espetáculo “Hey Jude”, uma adaptação do musical “Across The Universe”, conhecido pelas interpretações das músicas da banda britânica Beatles.
Com direção geral e cênica de Matheus Noronha e produção executiva de Lorena Almeida, a peça teve sucesso de bilheteria com todas as sessões lotadas com um público de, em média, 550 pessoas.
Mas, durante a pandemia, em 2020, o grupo paralisou a apresentação e começou a abordar novos meios de se manterem ativos. Criavam conteúdos para as redes sociais e realizavam oficinas de trabalho de artes performáticas, abertos ou não ao público geral.
“A gente precisava se fazer presente em um momento que colocava todo o mundo da forma mais reclusa possível, mas compartilhamos a arte com outras pessoas e isso possibilitou que a continuássemos juntos até o momento”, relembra Matheus.
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“Nada Como Viver”
- Quando: sexta-feira, 11, às 20 horas.
- Onde: Teatro Dragão do Mar (Rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema, Fortaleza)
- Quanto: R$ 20 (meia-entrada) e R$ 40 (inteira)
- Ingressos: disponíveis pelo Sympla.
- Mais informações: @espetaculonadacomoviver
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