Emicida acusa irmão de desviar R$ 6 milhões de empresa; entenda

Emicida acusa o irmão Fióti de desviar R$ 6 milhões da empresa Lab Fantasma; os dois enfrentam disputa judicial

13:22 | Abr. 02, 2025

Por: Raquel Aquino
Fióti e Emicida fundaram a Lab Fantasma em 2009 (foto: Reprodução/Instagram/@fiotioficial)

Emicida e o irmão Fióti estão em disputa judicial por processos que envolvem a empresa Lab Fantasma, fundada em 2009 pela dupla. Na mais recente atualização do caso, o autor da música “Passarinhos” acusa o ex-sócio de ter desviado pelo menos R$ 6 milhões do negócio.

Na última sexta-feira, 28, Emicida anunciou que a parceria do irmão com a empresa havia chegado ao fim. “Informamos que, a partir desta data, Evandro Roque de Oliveira (Fióti) não representa mais os interesses da carreira artística de Leandro Roque de Oliveira (Emicida)”, disse o rapper em comunicado no Instagram.

No mesmo dia, o irmão também se pronunciou nas próprias redes sociais: "Após 16 anos à frente da Laboratório Fantasma — grupo empresarial fundado ao lado do irmão Emicida, do qual é sócio, e um dos mais relevantes da cena independente — o empresário e artista Evandro Fióti anuncia o início de uma nova etapa em sua carreira”.

RELACIONADO | Juliette e Duda Beat são acusadas de plagiar música de Emicida

Emicida e Fióti: etapas do processo judicial

O conflito entre os dois começou em novembro de 2024, período em que Emicida pediu o fim da participação Fióti na sociedade da empresa. O acordo que formalizou a decisão do fim da sociedade aconteceu em dezembro do ano passado, mas Fióti afirma que os compromissos não foram cumpridos.

Segundo a defesa de Emicida, ele sempre exerceu mais poder do que Fióti na empresa e 80% dos ativos da empresa tem origem na carreira dele, que escolheu manter uma "expressiva parte" de seus lucros na música nas contas da empresa.

De acordo com o processo, que corre na 37ª Vara Cível de São Paulo, cada irmão tinha 50% da empresa. No entanto, uma mudança alterou para 90% a porcentagem de Emicida, deixando 10% para Fióti, por “questões estratégicas e necessidades empresariais”.

Fióti, em sua defesa, pediu uma revisão do contrato e alegou que a mudança aconteceu de forma indivisa. Mas Emicida acusa o irmão de ter feito uma série de transferências sem sua autorização. Em janeiro deste ano, ele teria retirado R$ 1 milhão e repetido a transição no mês seguinte, em fevereiro.

Em análises feitas depois, segundo o rapper, foram constatados saques de meses anteriores que somavam mais R$ 4 milhões, que vinham acontecendo desde junho de 2024.

LEIA MAIS | Livro de Emicida é alvo de racismo religioso em escola de Salvador

Entenda a defesa de Fióti

O irmão se defendeu negando que as transferências tivessem irregularidades e afirmou que todas as transações financeiras foram feitas de forma transparente na empresa.

“Nunca desviei qualquer valor da LAB Fantasma ou de empresas do grupo. Todas as movimentações foram registradas e realizadas dentro dos procedimentos financeiros estabelecidos", disse Fióti, que acrescentou que as transações aconteceram dentro do acordo formal assinado em dezembro. O documento previa a divisão de responsabilidades e ativos de maneira igualitária.

O que é a LAB Fantasma?

LAB Fantasma ou Laboratório Fantasma foi fundada em 2009 pelos irmãos Emicida e Fióti. A empresa nasceu com o objetivo de administrar a carreira do rapper e lançou, no mesmo ano, o mixtape de sucesso "Pra Quem Já Mordeu um Cachorro por Comida, até que Eu Cheguei Longe…”, que conseguiu vender mais de 3 mil cópias já no primeiro mês. 

A empresa cresceu e passou a vender roupas artesanais de shows do Emicida. Além disso, também começou a agenciar outros artistas, como a escritora Dona Jacira, mãe de Emicida e de Fióti, e a cantora Drik Barbosa.