Prêmio Shell de Teatro: dois projetos cearenses vencem o 'Oscar do teatro'

Prêmio Shell de Teatro: dois projetos cearenses vencem o 'Oscar do teatro'

No 35º Prêmio Shell de Teatro, Jéssica Teixeira venceu a categoria "Direção" por "Monga" e o Grupo Pavilhão da Magnólia ganhou o "Destaque Nacional" por "A Força da Água"

Dois projetos cearenses foram contemplados no 35º Prêmio Shell de Teatro. A artista cearense Jéssica Teixeira venceu a categoria "Direção" com o espetáculo "Monga" pelo Júri de São Paulo e o Grupo Pavilhão da Magnólia ganhou o "Destaque Nacional" pela montagem "A Força da Água".

Criado em 1988, o Prêmio Shell de Teatro é o mais importante do Brasil nas artes cênicas - considerado o "Oscar do teatro brasileiro". Na 35ª edição foram contemplados os destaques nacionais de 2024. O resultado foi divulgado na noite desta terça-feira, 18, e teve ainda premiações para categorias como "Dramaturgia", "Ator", "Atriz", "Cenário", "Figurino", "Iluminação", "Música", "Energia que vem da gente" e "Homenagem do Ano".

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Jéssica Teixeira vence Prêmio Shell de Teatro com "Monga"

Jéssica Teixeira, atriz cearense radicada em São Paulo, venceu a categoria "Direção" com o solo "Monga". No espetáculo, ela se assume estranha e "naturaliza a estranheza".

A montagem utiliza a história e a imagem de Julia Pastrana - mulher mexicana que ficou conhecida como monga por ter o rosto coberto de pêlos. A dramaturgia proposta por Jéssica é norteada pelo "erótico e o ridículo" - levando o espectador a um cenário de terror psicológico.

Graduada em Teatro e mestre em Artes pela Universidade Federal do Ceará, a cearense Jéssica Teixeira é uma das multiartistas mais relevantes do teatro contemporâneo. A partir do próprio corpo, ela encontra a "matéria-prima" de investigação dramatúrgica e cênica. Também é de sua autoria o solo "E.L.A". "Monga" tem direção de arte de Chico Henrique, direção musical de Luma, produção de Corpo Rastreado

Grupo Pavilhão da Magnólia vence "Destaque Nacional" no Prêmio Shell de Teatro

Na edição anterior, que contemplou criações de 2023, foi criada a categoria "Destaque Nacional". Voltada para espetáculos de todas as regiões brasileiras - com exceção dos que tenham estreado no Rio de Janeiro ou São Paulo - pois poderão concorrer nas nove tradicionais categorias do prêmio - a categoria mais recente pretende fomentar um "importante diálogo" com a produção teatral realizada em circuitos para além de Rio de Janeiro e São Paulo.

Os artistas cearenses do Grupo Pavilhão da Magnólia foram os vencedores da categoria com a montagem "A Força da Água". Unindo humor e teatro documental, a peça faz um apanhado sobre o caminho historiográfico da seca no Ceará.

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A dramaturgia e a direção são de Henrique Fontes e a montagem "retrata a indústria da seca de forma documental e bem-humorada" - segundo material de divulgação publicado pelo grupo à época da estreia. A pesquisa para a realização da montagem, entretanto, não é recente.

Ainda em 2018, dentro dos Laboratórios de Criação em Teatro da Escola Porto Iracema das Artes foi iniciado o estudo que deu origem ao espetáculo. Entre as ações realizadas pelo grupo aconteceram visitas a Senador Pompeu - cidade cearense que chegou a abrigar um campo de concentração para refugiados da estiagem durante o século XX. Com os dados coletados, os integrantes da peça atestaram a "importância da água para a população e para a política".

O Grupo Pavilhão da Magnólia tem duas décadas de atuação nas artes cearenses e é considerado um dos coletivos mais impactantes do teatro brasileiro contemporâneo. No repertório do coletivo estão montagens como "Há uma festa sem começo que não termina com o fim", "Napoleão", "Maquinista" e "Ogroleto".

Prêmio Shell de Teatro: confira os vencedores pelo Júri do Rio de Janeiro

Dramaturgia
Pedro Emanuel e Vinicius Arneiro por “Língua”

Direção
Dadado de Freitas e Mauricio Lima por “Arqueologias do Futuro”

Ator
Othon Bastos por “Não me Entrego, Não!”

Atriz
Débora Falabella por “Prima Facie”

Cenário
Beli Araujo e Cesar Augusto por “Claustrofobia”

Figurino
Claudia Schapira por “Améfrica: Em Três Atos”

Iluminação
Adriana Ortiz por “Um Filme Argentino”

Música
Beà Ayòóla pela direção musical de “Amor de Baile”

Energia que vem da gente
Programa Enfermaria do Riso – UNIRIO, por desenvolver desde 1998 uma ação de extensão integrada entre os cursos de Teatro e Medicina para formação e pesquisa em torno de intervenções artísticas de palhaçaria em hospitais.

Prêmio Shell de Teatro: confira os vencedores pelo Júri de São Paulo 

Dramaturgia
Liana Ferraz por “Não Fossem as Sílabas do Sábado”

Direção
Jéssica Teixeira por “Monga”

Ator
Alexia Twister por “Rei Lear”

Atriz
Mel Lisboa – “Rita Lee, uma Autobiografia Musical”

Cenário
J.C. Serroni por “Primeiro Hamlet”

Figurino
Eduardo Giacomini por “Cão Vadio”

Iluminação
Wagner Antônio por “Um Jaguar por Noite”

Música
Adilson Fernandes, Bruno Garcia, Carol Nascimento, Dani Nega, Flávio Rodrigues e Jonathan Silva pela direção musical e trilha original de “Maria Auxiliadora”

Energia que vem da gente
Negócio Social Tereza, pelo trabalho realizado por egressas do sistema prisional em parceria com artistas teatrais para a confecção de figurinos em espetáculos como "Martinho, Coração de Rei - o Musical” e “Marrom, o Musical”.

Destaque Nacional no 35º Prêmio Shell de Teatro
“A Força da Água”, do Grupo Pavilhão da Magnólia, de Fortaleza (CE)

Homenagem do Ano no 35º Prêmio Shell de Teatro
Seleção dos júris do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Destaque Nacional

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