Ligue e ouça um poema: serviço gratuito funciona no Brasil até 15 de março
Dial a Poem conta com vozes ilustres como as de Arnaldo Antunes e Maria Bethânia. Ligações são gratuitas e 181 faixas foram gravadas para o projeto
Pela primeira vez na América Latina, o projeto Dial-A-Poem chegou ao Brasil no dia 18 de janeiro e segue em atividade até o dia 15 de março. Com o serviço, qualquer pessoa pode ligar de graça a qualquer momento para ouvir obras de escritores brasileiros.
Quem ligar no para o número 0800 01 76362 poderá ouvir um dos 54 artistas e pesquisadores que colaboram com o projeto recitarem textos brasileiros. Quem estiver fora do País pode ligar para o +55 11 5039 1344.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Ligue e ouça um poema: saiba detalhes do serviço
A curadoria das obras e das locuções foi feita por Marcela Vieira e o lançamento foi assinado pela Coleção Moraes-Barbosa em parceria com a Vivo.
Conforme o site do projeto, há intenção de observar como vozes contemporâneas de diferentes origens reinventam o erotismo, a linguagem e a performance sonora.
Arnaldo Antunes e Maria Bethânia estão entre os nomes notáveis que fazem parte do time que gravou as 181 faixas. As escritoras Ana Martins Marques e Marília Garcia também foram convidadas.
Entre os autores contemplados estão Hilda Hilst, Conceição Evaristo e Carlos Drummond de Andrade. Além do português, as obras também podem ser ouvidas nas em ticuna, guajajara e baniwa.
O projeto também teve edições na França e no México.
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Ligue e ouça um poema: como começou o projeto?
O Dial-A-poem foi idealizado por John Giorno, nos Estados Unidos, em 1968, em uma tentativa de expandir a arte do poema para outros meios.
Em janeiro do ano seguinte, Giorno, que também é poeta, conseguiu reunir dez telefones e secretárias eletrônicas e, a partir deles, permitir que quem ligasse para um número conseguisse ouvir um poema na voz de um dos 35 escritores envolvidos.
Funcionou assim até 1971, chegando a 700 poemas lidos. Além das poesias, podiam ser escutados mantras budistas, discursos de membros dos Panteras Negras e um trecho da peça 4’33”, de John Cage.