Maria Beltrão é criticada após escalação para cobrir Oscar 2025; entenda

Maria Beltrão é criticada após escalação para cobrir Oscar 2025; entenda

Pai de Maria Beltrão foi ministro durante governos da ditadura militar brasileira; apresentadora comanda o Oscar na Globo desde 2006

Após a Globo anunciar a transmissão do Oscar 2025, marcada para 2 de março, a escalação de Maria Beltrão para a cobertura da cerimônia não foi bem recebida entre internautas. O motivo é a relação do pai da apresentadora, Hélio Beltrão, com a ditadura militar brasileira, e a estrela da noite para o Brasil, o filme Ainda Estou Aqui, que tem a trama desenvolvida durante o regime dos militares.

Maria Beltrão está à frente da apresentação do Oscar na Globo desde 2006. No último ano, a emissora não televisionou a premiação, mas retomará na edição de 2025, em que o longa Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles, concorre de forma inédita em três categorias: Melhor Filme; Filme Internacional; e Melhor Atriz, para Fernanda Torres.

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O economista Hélio Beltrão atuou como ministro nos governos dos ex-presidentes Costa e Silva, responsável por consolidar o regime militar, e de João Figueiredo, general que promoveu a reabertura controlada do País.

Em postagem nas redes sociais onde divulga sua participação na apresentação da cerimônia, internautas questionaram a escolha da apresentadora. “Maria Beltrão, filha de Hélio Beltrão, ministro do ditador Costa e Silva que instituiu o AI-5, que posteriormente resultaria na morte de Rubens Paiva. Vai transmitir o Oscar sobre um filme que retrata a luta de uma família após essa morte que o pai dela ajudou a concretizar”, criticou um usuário.

Em contrapartida, usuários também a defenderam: "Sempre foi a Maria que apresentou o Oscar pela Globo, sempre. Ela é ótima, carismática, inteligente. Vocês têm que aprender a separar as coisas. Ela não é o pai dela".

Signatário do AI-5

Hélio foi um dos signatários do Ato Institucional n° 5, um marco do fechamento político intenso, que conferia ao presidente amplos poderes para reprimir e perseguir as oposições. Por meio do AI-5, no governo do então presidente Costa e Silva, milhares de pessoas foram presas.

Utilizando o AI-5, o governo cassou mandatos de deputados federais e estaduais, vereadores e prefeitos, além de afastar ministros. A norma conferia ao presidente da República não ter, sequer, seus atos submetidos ao exame do Judiciário.

Ainda Estou Aqui

A obra cinematográfica retrata a luta de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres e também por sua mãe, Fernanda Montenegro, para comprovar que o seu marido, o deputado Rubens Paiva, foi morto por militares durante a ditadura.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme estreou em 7 de novembro de 2024 e se tornou a maior bilheteria do cinema nacional no período pós-pandemia. A obra tem conquistado o público e premiações.

A atriz Fernanda Torres venceu, por sua atuação no longa, como Melhor Atriz de Drama no Globo de Ouro, em cerimônia realizada em Los Angeles, no último 5 de janeiro, além de ter ganhado o prêmio Goya 2025, na categoria de melhor filme ibero-americano. A premiação é considerada a principal do cinema espanhol.

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