Grammy 2025: entenda disputa por Álbum do Ano, maior categoria do prêmio
O principal prêmio a ser entregue na noite deste domingo, 2, tem competição acirrada. Confira detalhes acerca das obras que concorrem pelo gramofoneA cerimônia do Grammy 2025 está marcada para o próximo domingo, 2. Como de costume, a estatueta de Álbum do Ano, maior categoria da mais evidenciada premiação da música, está cheia de candidaturas de peso, com nomes reconhecidos e obras que geraram impacto significativo no cenário musical.
Em 2025, tem-se mais uma vez o embate entre as super estrelas Taylor Swift e Beyoncé, mas a disputa também se acirra com a premiada Billie Eilish e as novatas promissoras Sabrina Carpenter e Chappell Roan. Para completar o combo, Charli XCX também está no páreo com seu popular álbum “Brat”.
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Dos oito indicados na categoria, seis são vocalistas mulheres. Para lhe situar no estado da competição, O POVO separou detalhes dos álbuns indicados ao Grammy 2025. Confira:
Grammy 2025: que lançamentos concorrem a Álbum do Ano?
Grammy 2025: 'New Blue Sun' – André 3000
Este é o primeiro trabalho solo de André 3000, conhecido por formar dupla com Big Boi no projeto Outkast. Juntos, chamaram atenção de grandes nomes, como Frank Ocean, James Blake e até Beyoncé, que agora concorre com André no Grammy.
Apesar de ter disseminado seu nome através de suas rimas, em “New Blue Sun”, o rapper brinca com uma espécie de música ambiente, com temas atmosféricos e elegantes flertes com o jazz.
Nesse passeio, a flauta é a principal aliada de André (não a voz) para criar uma obra contemplativa, que avança sem pressa, um respiro em meio a tantas batidas e elementos presentes na música contemporânea.
Com a presença de colaborações de áreas diversas da música, o trabalho de André resultou em um álbum de uma hora e 27 minutos, com apenas oito faixas. Apenas duas canções têm menos de 10 minutos de duração: “Ninety three ‘Til Infinity and Beyoncé” (3:49) e “Ants To You, Gods To Who?” (6:42).
A última música do álbum possui 17 minutos e 11 segundos de duração, sendo um fechamento que reforça o conceito de contemplação da obra.
Grammy 2025: 'Cowboy Carter' – Beyoncé
Depois de um sucesso estrondoso com “Renaissance” e toda sua reverência ao estilo musical house, Beyoncé optou por trabalhar a música country em “Cowboy Carter”. A obra faz parte de um lançamento em três partes, sendo essa a segunda etapa.
Beyoncé também vai na contramão de álbuns curtos e lançou uma obra com 27 faixas e uma hora e 18 minutos de duração. A artista mistura canções inéditas, como a envolvente “Texas Hold 'Em”, com releituras de clássicos do country, como “Jolene” e “Blackbiird”.
Uma espécie de montanha russa de sensações, o lançamento ainda traz participações ilustres, como as de Post Malone e Miley Cyrus. Na tentativa de pôr em destaque e devolver o protagonismo retirado da cultura negra, Beyoncé alcança mais uma vez o objetivo de colocar sua visibilidade em função de algo maior.
“I Am... Sasha Fierce” (2008), “Beyoncé” (2014), “Lemonade” (2016) e “Renaissance” (2022) são outros álbuns da cantora que já foram indicados à categoria de Álbum do Ano. Porém, a multiartista nunca levou o prêmio para casa, mesmo sendo a cantora mais indicada e premiada da história da competição.
Neste ano, Beyoncé lidera o número de indicações, com 11 no total. Muita gente considera que o prêmio de Álbum do Ano estará na conta de “Cowboy Carter”, especialmente pelo argumento de que a cantora merece o prêmio depois de tanto fazer história a partir dele. A resposta, porém, só será descoberta no dia da premiação.
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Grammy 2025: 'Hit Me Hard and Soft' – Billie Eilish
Quem também chega como forte concorrente a levar o gramofone é Billie Eilish. Em “Hit Me Hard and Soft”, a cantora continua apostando na sua interpretação sentimental e suave, mas adiciona um “algo a mais” nas canções.
“Chihiro”, por exemplo, chegou a se tornar tendência nas redes sociais, pela dificuldade de interpretação. Nela, Billie canta em um tom alto utilizando a voz soprosa que já virou sua marca. Além disso, usa a técnica yodel, caracterizada pela rápida troca de registros vocais.
Em 43 minutos e 49 segundos, a obra faz você viajar nas composições imersivas e na interpretação tocante da artista, que combina muito com a produção musical de seu irmão Finneas. Além da qualidade notável, os dois ganham créditos por produzirem sozinhos o álbum que ganhou o coração de muita gente.
A parceria entre os irmãos já rendeu um álbum considerado o melhor do ano: “When We All Fall Asleep, Where Do We Go?” (2019). Em 10 anos de carreira e com apenas 23 anos, Eilish também tem dois Oscars na conta, na categoria Melhor Canção Original (2022 e 2024).
Grammy 2025: 'The Rise and Fall of a Midwest Princess' – Chappell Roan
Apresentando-se com maquiagens e figurinos extravagantes que se assemelham à forma performática de drag queens, Chappell Roan lançou seu álbum de estreia em setembro de 2023, mas foi em 2024 que a obra ganhou notoriedade.
Produzido por Dan Nigro, que também trabalha com Olivia Rodrigo, o disco de Chappell se tornou especialmente popular entre o público de meninas que se relacionam com outras meninas, pois esse é o tema principal abordado na obra. “Femininomenon”, música de abertura, é uma prova disso.
O disco pode ser definido como um original que bebe de muitas referências antigas. Possui muitas faixas de pop tradicional, mas em títulos como “Casual” e “Picture You”, a cantora mostra um lado mais vulnerável e deixa sua voz brilhar em cima das outras produções super elaboradas.
Apesar de não ser um dos lançamentos favoritos à categoria, o álbum de 49 minutos e 11 segundos, a originalidade e o visual de Roan podem ser suficientes para ela ser considerada a artista revelação do ano, outra categoria importante à qual concorre.
Grammy 2025: 'Brat' – Charli XCX
Conhecida por suas produções de computador, em trabalhos que compunham o movimento que ficou conhecido como PC music, Charlie XCX conseguiu furar a bolha com “Brat” e seu visual ousado e “antiestético”.
Com a forte divulgação nas redes sociais, a palavra “brat” (que pode ser traduzida como “pirralha/o” ou “pessoa teimosa”) até virou tendência e foi considerada a palavra do ano pelo dicionário Collins. O lançamento também contribuiu para o verde ser considerado a cor de 2024 e tendência do verão em 2025.
Na obra, a cantora mistura o que se espera do pop com batidas eletrônicas e produções diferenciadas em 41 minutos e 31 segundos. Os temas das canções variam muito a cada faixa, porém cada uma se mistura muito bem para formar a complexidade de “Brat”.
Em toda sua versatilidade, o álbum ainda conseguiu emplacar músicas como “Apple” e “360”, que rapidamente caíram no gosto do público. Uma participação da cantora Lorde na faixa “Girl, so confusing” também chamou muita atenção, pois existiam boatos de atritos entre as artistas.
Por sua originalidade, impacto e quebra de barreiras, há muita torcida para que Charlie leve o prêmio de Álbum do Ano com “Brat”. A vitória seria considerada um marco para amantes do gênero hyperpop.
Grammy 2025: 'Djesse Vol. 4' – Jacob Collier
Jacob Collier finalizou a coleção “Djesse” com mais uma indicação ao Grammy de Álbum do Ano. Em 2021, com o volume 3 do projeto, o artista já havia ganhado reconhecimento na categoria.
No quarto volume, é possível sentir a influência do soul e até da música gospel em cada detalhe do tempo de uma hora e nove minutos. Collie ainda chamou diversas parcerias de peso que ajudaram a construir o álbum que pode ser considerado “amor à primeira escuta”.
Shawn Mendes e aespa são exemplos de artistas que receberam e aceitaram o convite para participar do projeto. Também pode-se citar Tori Kelly e John Legend. A releitura que fizeram de “Bridge Over Troubled Water” teve grande destaque e até virou tendência com ouvintes que tentavam reproduzir os melismas de Tori na canção.
A obra de muita maturidade e elegância de Jacob Collier a faz ser considerada forte para a categoria, apesar de ser pouco citada entre as favoritas. O artista chega como um veterano já reconhecido e sua presença com “Djesse Vol. 4” não pode ser subestimada.
Grammy 2025: 'Short n’ Sweet' – Sabrina Carpenter
É difícil encontrar alguém que não tenha ouvido alguma música de Sabrina Carpenter pelo menos uma vez entre 2024 e 2025. Apesar de jovem, a cantora de 25 anos já lançou seis álbuns, mas é a primeira vez que consegue reconhecimento no Grammy. Logo em sua estreia de indicações, recebeu seis delas.
Os sucessos “Espresso” e “Please, Please, Please” não pararam de tocar nas rádios e fones de ouvidos de muitas pessoas que se envolveram pelo pop sarcástico e bem humorado de Carpenter. As duas canções foram muito importantes para alavancar o sucesso de “Short n’ Sweet”.
Apesar da tradução do título ser “curto e doce”, o disco não passa tão rapidamente. São 36 minutos e 13 segundos que se dividem entre as 12 faixas. Tendo em vista as tendências de álbuns que quase não chegam aos 30 minutos, o tempo da obra de Sabrina parece ser suficiente para mostrar seu potencial.
Com referências do pop dos anos 70 e 80, a reinvenção que Carpenter propõe com seus produtores parece indicar uma carreira promissora para a cantora que também concorre ao prêmio de Artista Revelação.
Grammy 2025: 'The Tortured Poets Department' – Taylor Swift
O álbum mais recente de Taylor Swift foi anunciado por ela na cerimônia do Grammy de 2024, na qual teve seu álbum “Midnights” consagrado o Álbum do Ano. Foi a quarta vez em que a cantora ganhou a categoria, sendo a única a ter conseguido tantas vezes.
Logo em abril de 2024, Swift lançou seu 11° disco, uma viagem de uma hora e cinco minutos, com 16 faixas. Como esperado, o álbum não tem grandes performances vocais, mas é focado na composição e vulnerabilidade já conhecidas de Taylor, que possui uma legião de fãs que admiram seu estilo artístico.
Com parcerias de destaque com Florence Welch, em “Florida!!!”, e Post Malone, em “Fortnight”, as colaborações também foram apostas no projeto que foi produzido por parceiros de outros trabalhos de Swift: Jack Antonoff e Aaron Dessner.
“The Tortured Poets Department” (ou TTPD) é um trabalho de continuidade do que Taylor vem apresentando. A obra se assemelha ao antecessor “Midnights”, com mesmo estilo de composição, sonoridade e composição.
Por essa “fórmula do sucesso”, pelo renome da cantora e compositora e por sua base fiel de fãs, TTPD chega como um dos favoritos à premiação.
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