Fernanda Torres pede desculpas por blackface em esquete antiga
Uma cena de uma esquete em que Fernanda Torres aparece usando blackface está viralizando na internet e levou a atriz a se pronunciar sobreEm um comunicado oficial enviado ao site Deadline, Fernanda Torres pediu desculpas por usar blackface em uma papel que interpretou em 2008. A cena começou a viralizar nas redes sociais nas últimas semanas, o que levou a atriz a ser acusada de racismo por internautas.
A cena de Fernanda Torres vem de uma esquete que foi exibida pelo Fantástico em 2008. Intitulada de “Sexo Oposto”, a curta história trazia a atriz no papel de uma empregada doméstica, que falava sobre a diferença entre homens e mulheres. Em uma parte da cena, a atriz aparece com a pele pintada.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Para entender a problemática, o termo blackface se refere a uma prática antiga, na qual atores brancos se pintavam com tinta preta para representar personagens afro-americanos, usando também adereços.
VEJA TAMBÉM| Forbes: lista de mulheres influentes +50 inclui Fernanda Torres e Maria da Penha
Mas a prática estava além apenas de pintar a pele. Nela, traziam interpretações com comportamentos exagerados que brancos associavam a pessoas negras, ridicularizando-os como forma de entretenimento. O sotaque também era alvo de piadas.
A prática tem no mínimo 200 anos, com uma origem que remete a Nova York, e foi usada até mais da metade do século XX por grandes veículos midiáticos, como a BBC.
Fernanda Torres se pronuncia em comunicado
Com a cena da esquete viralizando em redes sociais como X (Twitter), Fernanda Torres emitiu um comunicado se desculpando pelo ocorrido.
Na matéria do site Deadline, o veículo destacou que a cena de 17 anos atrás não tem ligação com o filme “Ainda Estou Aqui”, no qual a atriz estrela e lhe rendeu uma indicação ao Oscar 2025. O longa também está concorrendo em duas categorias: “Melhor Filme” e “Mehor Filme Internacional”.
Leia na íntegra o pronunciamento da atriz sobre a cena e a polêmica:
“Há quase vinte anos, eu aparecia em blackface em uma esquete de um programa de TV brasileiro. Eu sinto muito por isso. Estou fazendo esse comunicado, pois creio ser importante tocar nesse assunto e evitar mais dor ou confusão. Na época, apesar dos esforços dos movimentos negros, a consciência sobre a história do racismo e o simbolismo do blackface ainda não eram tão conhecidos. Graça a um melhor entendimento cultural e feitos importantes, mas ainda insuficientes, de avanço nesse século, é claro hoje que nosso país e em todo o mundo que o blackface é inaceitável. Essa é uma conversa importante que precisamos continuar tendo para prevenir a normalização de práticas racistas. Enquanto uma artista e cidadã global, e de coração aberto, me mantenho atenta e comprometida com a busca por mudanças vitais para que possamos viver em um mundo livre de desigualdades e racismo".