Karla Sofía Gascón: quem é a protagonista de Emilia Pérez?

A atriz, nascida na Espanha, já atuou em produções mexicanas e foi indicada ao lado de Fernanda Torres no Oscar 2025; conheça Karla Sofía Gascón

À primeira vista, Emilia Pérez e a personagem Mônica, criada por Maurício de Sousa, parecem fazer parte de universos distintos. Mas a produção francesa e o quadrinho infantil brasileiro convergem em uma figura: Karla Sofía Gascón.

Muito antes da atuação de Gascón conquistar os críticos de Hollywood em 2025, quem tem o carinho da espanhola são os personagens da Turma da Mônica. “Descobri a obra de Maurício nos anos 90 e cresci encantada pelas suas histórias”, revelou.

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Em passagem pelo Brasil para divulgação de seu filme, que recebeu 13 indicações ao Oscar 2025, a artista reservou um tempo para conhecer Maurício de Sousa, criador do quadrinho, e registrar o momento de fã na quarta-feira, 22.

No papel da personagem Emilia Pérez, Gascón atuou ao lado de atrizes conhecidas no cenário internacional, como Zoe Saldaña e Selena Gomez. A obra, com direção do francês Jacques Audiard, gerou controvérsias no país que inspirou a trama, o México.

Conheça a trajetória de Karla Sofía Gascón e sua atuação em Emilia Pérez.

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Karla Sofía Gascón: conheça atriz de Emilia Pérez

Aos 52 anos, Gascón não é novata na área de atuação. A atriz já participou de produções mexicanas, como a série “El Señor de los Cielos”, e da continuação da novela “Rebelde”, lançada em 2022 pela Netflix.

É também sob a produção do serviço de streaming que Karla Sofía Gascón estrela a sua protagonista, Emilia Pérez, no musical francês de Audiard.

Antes de chamar atenção dos críticos hollywoodianos com a personagem homônima do longa-metragem, Karla nasceu em Alcobendas, parte da comunidade de Madri, capital da Espanha, em 1972, mas se mudou para o México em 2009.

Em entrevista ao Globo de Ouro, a atriz afirmou se sentir “mexicana por adoção”, após anos trabalhando no país da América Latina.

“Eu adoro o México, tenho muitos amigos lá por residência mexicana e olha, a primeira vez que cheguei, foi com Julián Pastor, um diretor da era de ouro do cinema mexicano”, destacou.

Aos 46 anos, tornou-se oficialmente Karla Sofía e iniciou a sua transição de gênero. “Eu sempre soube o que eu era e o que eu queria fazer, mas não houve oportunidade de fazer porque eu tinha me desenvolvido de uma maneira diferente”, diz.

“Decidi que era o único momento que eu tinha, ou era isso ou nunca, decidi fazer um divisor de águas na minha vida”, acrescentou a Juan Manuel Navarro, ainda em entrevista ao Globo de Ouro.

“Fiz isso mais porque era o momento em que havia uma unidade de identidade de gênero na Espanha que me apoiava maravilhosamente porque, se não, eu não teria feito isso”, explica.

Ao ser questionada se sentiu medo ou inseguranças, Gascón afirma que passou “por toda uma série de coisas horríveis” que não desejaria a ninguém. “Principalmente por causa dos insultos, me desejarem a morte simplesmente por existir é algo que as pessoas acham que é brincadeira, mas foi um momento difícil”.

“Quero ser um exemplo de normalização em relação às pessoas transgênero porque, no final das contas, somos pessoas que têm a capacidade de fazer o que queremos”, reflete.

A atriz é casada com Marisa Gutierrez, com quem tem uma filha.

Karla Sofía Gascón: indicação ao Oscar 2025 e críticas

Gascón se tornou a primeira atriz trans indicada ao Oscar e disputa com Fernanda Torres na categoria de “Melhor Atriz”. Elliot Page também recebeu uma nomeação anteriormente pelo filme “Juno” (2007), mas compartilhou com o público a sua identidade de gênero anos depois.

Ao receber a notícia, agradeceu à Academia da premiação nas redes sociais e completou com um mantra ligado ao Budismo de Nichiren: “Nam myoho renge kyo” (em tradução ao português, a frase pode significar "Devoção à Lei Mística do Sutra de Lótus”).

Apesar do longa-metragem Emilia Pérez ter recebido atenção positiva da crítica especializada, uma parte do público também recebeu a produção com críticas. Um deles foi o roteirista mexicano Héctor Guillén.

Em publicação no X (antigo Twitter) marcando a Academia do Oscar, Guillén compartilhou uma mensagem escrita em inglês: “O México odeia Emilia Pérez. Chacota racista e eurocentrista. Quase 500 mil mortos e a França decide fazer um musical”.

A organização dos Estados Unidos intitulada “Gay & Lesbian Alliance Against Defamation” (Glaad) também criticou a representação “retrógrada” de mulheres trans na direção de Jacques Audiard.

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