Jornal americano elogia Fernanda Torres e critica Bolsonaro: 'Repressivo'
Los Angeles Times elogiou o filme 'Ainda estou aqui" e a atuação de Fernanda Torres, assim como classificou governo Bolsonaro como "repressivo"Uma crítica publicada na edição deste sábado, 18, no jornal americano Los Angeles Times, exaltou o filme de Walter Salles, “Ainda estou aqui”, além de classificar o governo Bolsonaro como “repressivo”.
Um trecho do texto elogia a atuação de Fernanda Torres. "Torres exala a coragem discreta de uma mulher incapaz e sem vontade de se render ao desespero com o passar dos dias e das semanas. Como pode ela, quando precisa criar os filhos e buscar justiça para o marido, que pode ainda estar vivo? Transmitindo uma contenção magistral, Torres faz com que as poucas explosões de Eunice pareçam contidas. Tão distante quanto possível do melodrama, sua atuação é de luto internalizado", diz o texto.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Leia Também | Jornal francês critica 'Ainda Estou Aqui' e atuação de Fernanda Torres
No filme, Torres interpreta a advogada Eunice Paiva, que foi casada com o deputado federal Rubens Paiva, desaparecido durante o regime militar (1964-1985).
A publicação também cita Fernanda Montenegro, atriz e mãe de Torres, que disputou o Oscar em 1999, com o filme “Central do Brasil”. "A vitória de Eunice, testemunhada por Marcelo Paiva e ressuscitada por Torres (e, brevemente, pela lenda brasileira Fernanda Montenegro, mãe de Torres indicada ao Oscar), não se trata apenas de sobrevivência, mas de promover uma família unida na adversidade”.
Leia Também | Obras de Fernanda Torres ganham audiência após 'Ainda Estou Aqui'
Los Angeles Times sobre o governo Bolsonaro
O periódico classificou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como “repressivo”. "Atuações desse calibre sutil raramente são celebradas, mas a atitude despretensiosa de Torres provou ser inegável para quem a assiste. O fato de um filme como 'Ainda Estou Aqui' emergir do outro lado da presidência repressiva de Jair Bolsonaro e ser abraçado tanto no país quanto no exterior (é o filme de maior bilheteria do Brasil desde a pandemia) é uma prova da mão segura de direção de Salles que trata o assunto delicado com a seriedade que merece, ao mesmo tempo que destaca a humanidade em vez da brutalidade. Há uma elegância impressionante em suas imagens na forma como nos aproximam das pessoas, não dos horrores", aponta
De acordo com a revista Variety, especializada em cinema, o filme brasileiro pode ser indicado a três categorias no Oscar 2025: “Melhor Filme” (principal da noite), “Melhor Atriz” (com Fernanda Torres) e “Melhor Filme Internacional”. A publicação foi a única a apontar Fernanda Torres como vencedora do Globo de Ouro em 2025.
No entanto, os filmes indicados ao Oscar só deverão ser divulgados na próxima quinta-feira, 23, após dois adiamentos devido aos incêndios em Los Angeles.