Claudia Leitte altera música novamente, mesmo após denúncia ao MP-BA

Trecho que cita Iemanjá foi alterado para Yeshua pela cantora em, ao menos, dois shows em dezembro. Evangélica desde 2012, Claudia não se manifestou ainda

Atração no pré-Réveillon de Recife (PE) neste domingo, 29, Claudia Leitte, de 44 anos, ignorou o movimento a favor da permanência do nome de Iemanjá na música “Caranguejo (Cata Caranguejo)”, de sua época de Babado Novo. A cantora foi denunciada ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) por suposto racismo religioso ao substituir a divindade africana por Yeshua.

A canção entrou em pauta nas redes sociais durante o primeiro ensaio de Carnaval da artista em Salvador (BA). Na apresentação, Claudia surpreendeu os fãs com a substituição na letra: de “Joga flores no mar / Saudando a rainha Iemanjá” para “Joga flores no mar / Eu amo meu rei Yeshua”.

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O termo em questão significa “salvar” na língua hebraica. Algumas religiões consideram Yeshua como o nome original de Jesus Cristo. Os episódios de Salvador e Recife não são inéditos. A troca na letra da canção é questionada por parte do público de Claudia há alguns anos.

Nascida em São Gonçalo (RJ), a cantora passou boa parte da vida na capital baiana e construiu sua carreira musical em torno do axé, gênero musical berçado nos terreiros de candomblé de Salvador. Daí o questionamento, por internautas e até fãs, da substituição de Iemanjá para Yeshua.

Denúncia ao MP-BA

Após o show de Claudia em Salvador, em 14 de dezembro último, a yalorixá Jaciara Ribeiro e o Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) denunciaram a cantora ao MP-BA por racismo religioso.

Na visão de Ribeiro e do Idafro, a alteração na letra remove o contexto da canção e demonstra desprezo e hostilidade por religiões afro-brasileiras, o que configuraria discriminação por parte da artista.

Ainda, a denúncia argumenta que a Festa de Iemanjá — celebração religiosa e cultural que homenageia a Rainha do Mar e tema de “Caranguejo (Cata Caranguejo)” —, e a figura da Orixá são patrimônios culturais. Portanto, a ação da cantora pode ser considerada um ataque aos bens nacionais.

Denúncia será avaliada, segundo o portal Splash, pela promotora Lívia Sant'Anna Vaz. Se validada, a denúncia será oferecida pelo MP para iniciar as investigações pelas autoridades. Apenas após análise de provas é que poderão ser apontados supostos crimes praticados nas ocorrências.

Claudia Leitte é evangélica desde 2012. Até a publicação desta matéria, não havia se manifestado sobre a denúncia ao MP-BA.

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