Acordo de editora propõe uso de livros para treinar modelos de IA
Empresa afirma que o treinamento em modelos de inteligência artificial só acontecerá com a devida permissão dos escritores em seus contratos
19:09 | Nov. 24, 2024
Uma empresa de tecnologia, cuja identidade permanece confidencial, pretende oferecer à editora HarperCollins US$ 2.500 (cerca de R$ 14.530) por cada livro utilizado em treinamento para suas ferramentas de inteligência artificial (IA), durante três anos.
A proposta só poderá ser colocada em prática com a permissão dos autores e deve incluir obras selecionadas de não-ficção. O objetivo é “melhorar a qualidade e desempenho do modelo” de IA, segundo nota da companhia de livros norte-americana à AFP.
Em abril, a empresa “ElevenLabs AI” já havia anunciado uma parceria com a editora para o desenvolvimento de audiolivros, usando a tecnologia de texto para fala.
Na época, a HarperCollins destacou que continuaria “a dedicar tempo e recursos a produções lideradas por dubladores”, mas que a IA permitiria “um número maior de audiolivros para livros de séries de catálogo em mercados não ingleses”.
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Acordo propõe uso de livros para treinar IA: oferta foi criticada por autor
A medida foi alvo de críticas pelo autor de obras infantis Daniel Kibblesmith, que afirmou ter recebido uma oferta para treinar modelos de inteligência artificial com as suas publicações, que não fazem parte do gênero não-ficção.
Em capturas de tela compartilhadas na rede social Bluesky, a agência que representa Kibblesmith teria enviado e-mails ao escritor que apontavam uma proposta para o seu livro, Santa’s Husband, publicado em 2017.
“Você está recebendo este memorando porque fomos informados pela HarperCollins que eles gostariam de permissão para incluir seu livro em um acordo geral que estão fazendo com uma grande empresa de tecnologia”, destaca a mensagem recebida pelo norte-americano.
Em sua resposta à agência, Kibblesmith foi categórico: “Eu recuso e não consinto o uso de nenhum dos nossos materiais para treinamento de IA”.
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Em comunicado, a editora HarperCollins destacou sua “longa história de inovação e experimentação com novos modelos de negócios” e que parte de sua função seria “apresentar aos autores oportunidades para sua consideração”.
“Protegemos o valor subjacente de suas obras e nossos fluxos compartilhados de receita e royalties. Este acordo, com seu escopo limitado e barreiras claras em torno da produção do modelo que respeita os direitos dos autores, faz isso”, disse.
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