Morre Antonio Cicero, poeta e membro da ABL, aos 79 anos
Poeta, filósofo e membro da Academia Brasileira de Letras, Antonio Cicero faleceu aos 79 anos, na SuíçaAntonio Cicero, poeta, filósofo e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 2017, morreu nesta quarta-feira, 23, aos 79 anos. A informação foi confirmada pela ABL ao jornal O Globo.
O letrista morreu na Suíça, ao lado de seu companheiro Marcelo, por meio de um procedimento de morte assistida.
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Nos últimos anos, ele recebeu um diagnóstico de Alzheimer e passou por algumas internações para tratar problemas neurológicos que surgiram devido à doença.
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Filho de piauienses, Antonio Cicero Correia Lima nasceu no Rio de Janeiro, no dia 6 de outubro de 1945. Além de poeta e filosófo e escritor, era crítico literário.
Por um tempo, morou com a família em Washington, D.C, Estados Unidos, após o o pai, Ewaldo Correia Lima, assumir um cargo executivo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Cursou inicialmente filosofia na PUC do Rio de Janeiro, indo depois para o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. A graduação, no entanto, foi concluída na Universidade de Londres, devido a sua mudança em 1969 em decorrência de problemas políticos.
Fez pós-graduação na Georgetown University, nos Estados Unidos, em 1978 e, posteriormente, retornou ao Brasil, onde lecionou Filosofia e Lógica em universidades do Rio de Janeiro.
Antonio Candido coleciona parceria com grandes nomes da MPB
Os poemas dele se tornaram de conhecimento público por meio da irmã, a cantora e compositora Marina Lima, que usou um dos escritos nas próprias músicas. Foi este pontapé que levou Antonio Cicero a escrever poemas para serem lidos e composições para que a irmã pudesse usar em melodias, como “Fullgás” e “Pra Começar”.
Ele também fez parcerias com outros grandes nomes da música brasileira, como Adriana Calcanhotto, Lulu Santos e Waly Salomão.
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Em 2002, participou de uma coletânea de quatro CDs que homenageavam Carlos Drummond de Andrade, juntamente com Gabriel, o Pensador; Chico Buarque; Ronaldo Bastos e Fernando Brant.
Ao longo de sua vida, o carioca também publicou obras escritas, como “O Mundo Desde o Fim” (1995), “Guardar” (1996), “Finalidades Sem Fim” (2005) e “Porventura” (2012). O currículo de Antonio Cicero traz também sua passagem como colunista da Folha de S. Paulo, entre os anos de 2007 a 2010.
No dia 10 de agosto de 2017, tomou posse da cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras por 30 votos.
Fausto Nilo lamenta morte de Antonio Cicero em entrevista ao O POVO CBN
O compositor e arquiteto Fausto Nilo lamentou a morte do poeta Antonio Cicero em entrevista à rádio O POVO CBN. Ele afirmou que “está chocado” com a notícia.
Os dois artistas se conheceram por meio de Moraes Moreira, quando o cearense se mudou para o Rio de Janeiro. Ele relembra como conviviam na época que o carioca estava iniciando sua trajetória como compositor:
“Pessoa muito bacana. Me procurou, foi na minha casa mais de uma vez. Ele brincava e dizia: ‘Não, estou querendo aprender com você essa coisa de letra e música.’. Ficamos amigos, convivi com ele nesse período. Um criador fantástico”.
E completa: “Era uma pessoa de visão ampla, de boa formação. Muito bacana. Foi um cara que viveu bem”.