Games: remake de Until Dawn melhora gráficos e traz novas cenas

O título refaz a parte técnica e adiciona conteúdos ao enredo de terror. Until Dawn está disponível para PS5 e PC

Em outubro, mês do Halloween, é sempre comum ver diversos lançamentos de terror. O gênero é recorrente nos produtos culturais e os videogames, claro, não ficam de fora desse tema. O icônico Until Dawn (2015) é um dos principais sucessos recentes nessa área.

A obra tem uma proposta de dar peso às escolhas dos jogadores, com diferentes finais. Um remake, desenvolvido pela Ballistic Moon e publicado pela Sony Interactive Entertainment, foi lançado no último dia 4 de outubro.

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O produto está disponível para PlayStation 5 e PC (via Steam e Epic Games). Os gráficos estão refeitos, há mudanças em aspectos como jogabilidade e trilha sonora e novas cenas podem ser conferidas.

A história do remake de Until Dawn

O enredo de Until Dawn acompanha um grupo de jovens em uma viagem para uma cabana na Montanha Blackwood. No prólogo, após uma pegadinha que dá errado, Hannah Washington deixa o chalé e sua gêmea Beth a encontra. Depois, elas são atacadas e morrem em circunstâncias misteriosas.

Um ano depois, Josh, irmão das gêmeas, reúne os amigos para uma tentativa de reconciliação: Sam, Mike, Jessica, Matt, Emily, Chris e Ashley. O jogo tem bom ritmo, brinca com clichês de filmes de terror e consegue apresentar suas reviravoltas. Seja em 2015 ou nos dias de hoje, é uma história que se amarra.

A premissa básica é a mesma do lançamento original, desenvolvido pela Supermassive Games. Para o remake, o prólogo foi retrabalhado e mostra novos ângulos. Há momentos adicionais, mudanças em diálogos e agora é possível até obter cenas pós-créditos, a depender do desenrolar da sua jogatina.

Além do prólogo, são dez capítulos, com o ponto de vista de diferentes personagens. Entre as fases, acontecem interações com o psiquiatra Dr. Hill.

Jogabilidade e efeito borboleta no remake de Until Dawn

No jogo, você pode andar, interagir com objetos e tomar decisões. Algumas não terão efeito na história, muitas alteram diálogos e outras podem salvar ou matar um personagem. O grande trunfo é que não é simples entender a gravidade de certas escolhas. Esse efeito borboleta é o diferencial de Until Dawn.

A atmosfera de medo é construída com a chance constante de “jumpscares” (sustos repentinos) na exploração. O terror está nas possíveis mortes dos personagens, que são muito explícitas.

A obra apresenta ainda dois sistemas importantes: os “quick time events” (QTEs), que demandam cliques rápidos em ações, e o memorável “não se mexa”, que exige que o controle fique totalmente parado para o personagem não se mover junto. Erros nessas partes podem ser fatais para os jovens na montanha.

Ao longo das fases, é possível encontrar totens (itens que fornecem visões e orientação) e pistas, divididas em três tópicos: as gêmeas Washington, um homem misterioso e um acidente nas minas em 1952.

Parte técnica do remake de Until Dawn

Ao fazer um remake de uma obra que ainda é competente nos padrões de hoje, é importante entregar melhorias significativas. É o que acontece com os gráficos, refeitos na Unreal Engine 5 (motor gráfico). Estão realmente mais bonitos e detalhados.

As mudanças de iluminação deixaram o jogo mais realista. A trilha sonora é bem abaixo da original e não entrega o mesmo impacto, mas o trabalho de som está bom.

As texturas são aceitáveis e o tempo de carregamento é decente. Um ângulo de terceira pessoa foi adicionado, mudando alguns que eram em câmera fixa.

Falando da taxa de quadros por segundo (FPS), o título fica a 30 no PS5, com certas quedas - a versão original nesse console atinge 60. Bugs notados incluem objetos sem botão de ação e personagens travando a passagem do jogador em alguns trechos. Além disso, falta certo polimento na movimentação.

As atuações seguem boas, com nomes famosos no elenco, como Rami Malek (Bohemian Rhapsody e Mr. Robot) e Hayden Panettiere (Pânico 4 e 6).

A dublagem é ótima, mas falta sincronização em certos trechos. As legendas e traduções são competentes. Vale destacar os recursos de acessibilidade, como uma fonte de letra para disléxicos.

Conclusão

Remakes tornaram-se recorrentes na indústria dos jogos e, muitas vezes, trazem uma releitura muito bem-vinda, como em Resident Evil 2 (original de 1998 e remake em 2019) e Dead Space (original de 2008 e remake em 2023). É fato que Until Dawn, sendo de 2015, não precisava de uma repaginada tão grande.

Há duas maneiras de justificar o remake. Uma é a chegada para os PCs e a outra é uma possível expansão para franquia, com rumores de uma sequência e o confirmado filme em desenvolvimento.

Until Dawn segue sendo incrível para novatos e é muito divertido revisitar a história, mas o original já cumpre bem o seu trabalho. Sendo um jogo de preço cheio (não cobra somente pela atualização), pode ser melhor esperar por uma promoção para vivenciar esse amanhecer retrabalhado.

Pontos positivos:

  • Gráficos estão muito melhores
  • História continua boa
  • Adição de cenas e diálogos
  • Atmosfera de terror funciona

Pontos negativos:

  • Problemas técnicos evidentes
  • Trilha sonora abaixo da original


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