Choro Jazz encerra edição no Cariri com perspectiva de expansão

Após passagem por Belém, evento reuniu músicos em agenda no Cariri; projeto em modelo itinerante também oferta formações gratuitas

15:29 | Set. 23, 2024

Por: Lara Montezuma
Choro Jazz aconteceu pela primeira vez no Cariri (foto: Samuel Macedo/Centro Cultural do Cariri/divulgação)

A primeira edição do Festival Choro Jazz no Cariri foi finalizada na noite do último domingo, 22, com encerramento comandado pelo multi-instrumentista e compositor Egberto Gismontiacompanhado pela Orquestra à base de sopro de Curitiba. O evento, sediado no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo, simboliza a perspectiva de expansão do projeto.

2024 marca os 15 anos do festival, iniciado em Jericoacoara durante 2009. Em julho, o evento promoveu pela primeira vez atividades nas cidades de Soure e Belém, no Pará, com proposta de programação itinerante.

Agora, depois da passagem pelo Crato, a música segue para Fortaleza, de 29 de novembro a 1º de dezembro, e Jericoacoara, de 3 a 8 de dezembro.

“(Escolhemos) O Cariri pela riqueza que tem, pela Universidade de Música e pela necessidade de trazer algo diferente. O festival é diferente porque não é só um show business, ele é educação’’, desenvolve Antônio Ivan Capucho, idealizador do projeto.

“Em Belém acredito que já plantamos a semente, foi um sucesso. No Cariri, é uma estreia, para no ano que vem a gente estar aqui de novo celebrando mais a cultura brasileira”.

Tradição caririense no Choro Jazz

A mudança de local também traz adaptações. Uma delas foi a inclusão dos Mestres de Cultura, tesouros vivos do Ceará, na estruturação da agenda que aconteceu em setembro.

A banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto e o Reisado Reis do Congo do Mestre Aldenir abriram a sexta-feira, 20, e o sábado, 21, assim como o Povo Kariri do Sítio Poço Dantas.

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“A gente procura preservar a cultura local, você tem que pedir licença para os mestres. O Cariri tem muito a ver com a cultura popular, você tem que chegar aqui e pedir a benção para eles", afirma o idealizador.

Formação e programação

As ações gratuitas do Choro Jazz começaram no dia 17 de setembro, com oficinas com os músicos Maurício Carrilho (choro), Paulo Sérgio Santos (clarinete), Pedro Amorim (samba) , Cacá Malaquias (saxofone) e Ney Conceição (prática em conjunto).

Entre os dias 20 e 21 de setembro, o público presenciou shows de Junior Crato e Fabrício da Rocha, Quartchêto, Ney Conceição, Carlinhos Patriolino e Choro Cabuloso, Gilberto Monteiro convida Sucinta Orquestra & Gustavo Garoto, e Moacyr Luz e Samba do Trabalhador.

Já no domingo, 22, a música ficou por conta de Tâmara Lacerda e Ranier Oliveira, O Trio e Egberto Gismonti e Orquestra à base de Sopro de Curitiba.

A projeção é que o evento mantenha formato similar no próximo ano e possa aumentar o alcance das ações. “É uma luta o tempo todo, mas é uma luta gostosa levar cultura e música”, complementa Capucho.

Festival Choro Jazz