Irmãos Menendez: história real da série da Netflix e como acabou

Série da Netflix revive o polêmico caso dos irmãos Menendez, condenados à prisão perpétua pelo assassinato de seus pais e envolvendo alegações de abuso

20:52 | Set. 19, 2024

Por: Caynã Marques
A série Monstros conta a história dos irmãos Menendez, que mataram seus pais (foto: Reprodução/ Netflix)

A nova série da Netflix, Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais, trouxe o julgamento dos irmãos Menendez de volta aos olhos do público.

Em 1989, Lyle e Erik mataram seus pais, Kitty e Jose, em sua casa em Beverly Hills, nos EUA. Depois, os irmãos alegaram que foi em legítima defesa, após terem sofrido anos de abuso emocional, físico e sexual.

O crime virou sensação nos tabloides na época. Ocorreram dois julgamentos. O primeiro teve um júri empatado e, no segundo, Erik e Lyle foram condenados à prisão perpétua sem liberdade condicional. Na época, o juiz Stanley Weisberg impediu a defesa de incluir as alegações de abuso em seus argumentos.

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Agora, em 2024, a Netflix resgatou o caso e produziu nove episódios, cada um com cerca de 50 minutos de duração. Os atores Nicholas Chavez e Cooper Koch interpretam Lyle e Erik Menendez, respectivamente.

A série que estreou nesta quinta-feira, 19, é a segunda temporada do formato Monstros, que resgata casos envolvendo crimes chocantes. Na primeira temporada, lançada em 2022, a abordagem foi sobre o serial killer Jeffrey Dahmer.

Irmãos Menendez: história real (morte dos pais)

José e Mary Louise "Kitty" Menéndez foram, como relatou à CBS News, "baleados várias vezes à queima-roupa com uma espingarda enquanto estavam na sala de estar de sua mansão em Beverly Hills".

Duas espingardas calibre 12 foram as armas usadas. Logo depois, o filho mais velho, Lyle, ligou para a polícia e esbravejou: "Alguém matou meus pais".

Os irmãos alegaram que encontraram os corpos dos pais ao voltarem para casa do cinema. Inicialmente, a Polícia acreditou neles. No entanto, as autoridades passaram a desconfiar do comportamento deles nos meses seguintes às mortes, que parecia incomum para pessoas lidando com uma tragédia desse tipo.

Irmãos Menendez: herança levou a dupla à prisão

O maior sinal de alerta para a Polícia foram as despesas extravagantes de Lyle e Erik, que somaram cerca de 700 mil dólares do dinheiro dos pais — o equivalente a um milhão de dólares hoje.

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Lyle investiu em um restaurante e Erik contratou um treinador particular de tênis. A dupla viajou, comprou relógios Rolex, imóveis e investiu em negócios, segundo a CBS News. A onda de gastos chamou a atenção da Polícia, mas não foi isso que levou dupla à prisão.

Judalon Smyth, namorada de Jerome Oziel, terapeuta dos irmãos, contou à Polícia sobre o envolvimento de Lyle e Erik no assassinato. Erik confessou o crime ao seu psicólogo — e foi gravado.

Lyle e Erik Menéndez foram acusados de assassinato em março de 1990. Eles passaram três anos na prisão até o início do primeiro julgamento, em 1993. Os irmãos foram julgados juntos, mas com júris separados, que não conseguiram chegar a um veredito unânime, levando a um julgamento nulo.

Um segundo julgamento foi realizado em 1995, e ambos os irmãos Menéndez foram considerados culpados de homicídio em primeiro grau, o que resultou na pena de prisão perpétua.

Irmãos Menendez: alegações de abuso e como acabou o caso

Lyle e Erik Menéndez assassinaram seus pais. No tribunal, os irmãos nunca negaram o crime, mas focaram na razão por trás dos assassinatos. Sua equipe de defesa alegou "anos de abuso físico e sexual violento e repetido sofrido nas mãos de seu pai", relatou o The LA Times.

A história se desenrolou até a produção da série, quando a equipe do diretor Cliff Gardner descobriu uma carta escrita por Erik para seu primo Andy, na qual ele relatava o abuso sofrido por parte de seu pai. A promotoria sugeriu que os irmãos mentiram, mas esta carta prova o contrário. Ela é datada de dezembro de 1988, meses antes de Kitty e Jose serem mortos.

Lyle e Erik Menéndez estão atualmente cumprindo penas perpétuas sem possibilidade de liberdade condicional. As novas evidências mencionadas acima despertaram novas esperanças para o campo de Menéndez de que um novo julgamento pode estar em seu futuro.