Gramado: ex-diretora do Festival de Berlim defende protestos pró-Palestina
Diretora executiva do Festival de Berlim entre 2019 e 2024 foi homenageada nesta quinta-feira, 15, com o Kikito de Cristal no 52º Festival de Gramado
12:54 | Ago. 18, 2024
No contexto dos 200 anos da imigração alemã no Brasil, a organização do Festival de Cinema de Gramado decidiu entregar pela primeira vez o Kikito de Cristal para uma personalidade internacional fora da América Ibérica.
Em anos anteriores, o prêmio já foi agraciado por nomes como Alice Braga, Eduardo Coutinho e Leonardo Sbaraglia.
Nesta edição a homenageada foi Mariëtte Rissenbeek, primeira mulher a assumir a direção executiva do Festival de Berlim, mantendo-se no cargo de 2019 a 2024.
Nascida em 1956 na Holanda, trabalhou também com relações públicas, distribuição e produção de filmes para cinema e TV, além de ter sido diretora geral da German Films.
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Uma coincidência especial tornou o momento ainda mais oportuno com a seleção em Gramado de “Cidade; Campo”, filme de Juliana Rojas que venceu um prêmio de Melhor Direção na última edição do festival alemão que esteve sob sua coordenação, em fevereiro.
A produtora celebrou também esse encontro como uma confirmação da amplitude do cinema brasileiro no circuito internacional.
Nesta mesma edição, o Festival de Berlim enfrentou polêmicas pela reação negativa de grande parte do poder político pela presença de falas no palco em defesa do povo palestino em meio à crise agravante que Gaza vem enfrentando na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
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Em resposta ao O POVO, ela comentou sobre como enxerga a função dos festivais de cinema nesse contexto de exibição e debate artístico, resgatando a experiência mais recente do evento.
“Alguns acusaram o festival de antissemita por permitir que cineastas levantassem a voz a favor dos palestinos. Alguns partidos do congresso nos reprenderam, mas eu acho isso muito estranho. O festival precisa ser um palco de liberdade. Até então nós achávamos que não havia censura na Alemanha de hoje. É um grande dilema porque eu realmente penso que os festivais de cinema devem ser livres”, concluiu.