Há 23 anos, o Brasil parou para acompanhar o sequestro de Silvio Santos
Criminoso já tinha sequestrado filha de Silvio Santos, Patrícia Abravanel, nove dias antes de fazer o apresentador de refém. Relembre o caso
No dia 30 de agosto de 2001, 3,3 milhões de brasileiros assistiram ao vivo às negociações da polícia de São Paulo com o sequestrador Fernando Dutra Pinto, que mantinha Silvio Santos refém dentro da mansão do apresentador.
Silvio Santos morreu na manhã deste sábado, 17. Autoridades, meios de comunicação e artistas prestaram homenagens a ele.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
VEJA: Silvio Santos, ícone da televisão brasileira, morre aos 93 anos
Fernando Dutra já tinha sequestrado Patrícia Abravanel, filha de Silvio, no dia 21 do mesmo mês. A jovem ficou sete dias em cativeiro. Outros participantes do bando que a sequestrou foram presos, mas Fernando conseguiu fugir.
Como foi o sequestro de Silvio Santos?
Às 7 horas daquela quinta-feira, Fernando pulou o muro da casa sem ser visto pelos seguranças. Armado, o sequestrador surpreendeu Silvio Santos na academia da residência. Em negociações com o próprio comunicador, o criminoso decidiu liberar a esposa e as filhas de Silvio.
Um cerco de 150 policiais se formou ao redor da casa e todos os momentos eram transmitidos pela Globo, SBT, Record e Bandeirantes. Segundo as páginas do O POVO na época, conforme a manhã passava, a confiança de Fernando em Silvio aumentava.
O sequestrador teria pedido que Silvio chamasse o secretário da Segurança Pública e o governador de São Paulo até a mansão. O objetivo era pedir garantias e proteção. Registros dão conta de que Fernando teria pedido dinheiro e um helicóptero para fugir do local.
Leia mais
Silvio acatou o pedido e, após uma ligação, Geraldo Alckmin, que em 2001 era o governador paulista, chegou na casa para ajudar nas negociações por volta das 14 horas. Cerca de trinta minutos depois, Fernando liberou Silvio Santos.
O que aconteceu com o sequestrador de Silvio Santos?
Fernando Dutra foi preso e acabou morrendo em janeiro de 2002 na penitenciária após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Dois agentes penitenciários chegaram a ser condenados pela morte do sequestrador.
Investigações apontaram que os agentes teriam torturado Fernando. O preso não recebeu o devido cuidado médico após as lesões e o quadro se agravou.