Gramado: 'Me chamem, quero fazer cinema!', diz Vera Fischer

Numa sessão extensa com dois longas, atriz recebeu homenagem no 52º Festival de Cinema de Gramado na quarta-feira, 14

Quebrando os protocolos do 52º Festival de Gramado, Vera Fischer subiu ao palco do Palácio dos Festivais assim que seu nome foi mencionado, pegando de surpresa os apresentadores Marla Martins e Roger Lerina que tiveram que incluir a atriz na apresentação da sua própria carreira.

Acabou ficando bonito porque ela assistiu ao vídeo do Canal Brasil do próprio palco, virada para a tela, sem esconder a emoção ao ver ali à sua frente um breve compilado de momentos distantes da sua trajetória como atriz.

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Vera estreou como atriz no cinema em 1972 no longa “Sinal Vermelho – As Fêmeas”, de Fauzi Mansur. Seu primeiro trabalho de destaque foi em 1976, em “Intimidade”, de Perry Salles e Mike Sarne. O papel lhe rendeu o troféu de Melhor Atriz no Prêmio APCA, que ela revelou ter sido um divisor de águas.

“Eu sempre digo que até os 25 anos eu não era atriz. Eu tinha que pagar minhas contas e fazia tudo o que aparecia. Mas depois do 'Intimidade', que ganhou vários prêmios, eu falei: Vera, agora você é atriz. E eu fui. E estou aqui”

Ela teve seu primeiro papel na televisão com a novela “Espelho Mágico”, da TV Globo. A partir disso, colecionou grandes personagens marcadas no imaginário popular. Em telenovelas, deu vida a Luiza, em “Brilhante”, Jocasta, em “Mandala”, Nena, em “O Rei do Gado”, Helena, em “Laços de Família”, e Yvete, em “O Clone”.

Para além da sua trajetória mais popular na televisão, a atriz aproveitou a oportunidade para honrar sua história no cinema, incluindo a presença na pornochanchada, subgênero do Cinema Brasileiro marcado pelo uso do erotismo em plena Ditadura Militar.

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“Fiz parte desse movimento e tenho tanto orgulho. Tiveram tantos movimentos cinematográficos sérios no mundo, e este era muito sério, porque a alegria e o despudor queriam tirar um pouco do ranço do militarismo dos anos 1970. Fizemos isso e foi muito lindo”, concluiu.

No final da homenagem, Vera declarou que gostaria de voltar a estrelar filmes, terminando com um chamado direto e bem-humorado para a indústria brasileira. “Fiquei muito tocada quando fui convidada por Gramado, eu não estava acreditando. Nos últimos anos eu não tenho feito cinema, e eu quero muito. Me chamem, eu quero fazer cinema!”. Em meio aos aplausos, ouvíamos o grito feliz de Dira Paes na plateia: “Viva Vera!”.

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