Morre J.Borges, xilogravurista e poeta pernambucano, aos 88 anos

O xilogravurista e cordelista pernambucano J.Borges era considerado "o melhor gravador popular do Brasil" por Ariano Suassuna; artista morreu nesta sexta-feira, 26

09:51 | Jul. 26, 2024

Por: Miguel Araujo
J.Borges era considerado mestre da xilogravura brasileira; artista pernambucano faleceu aos 88 anos (foto: Xirumba/Divulgação)

Morreu na manhã desta sexta-feira, 26, o xilogravurista, cordelista e poeta pernambucano José Francisco Borges, mais conhecido como J.Borges. O artista tinha 88 anos e era considerado Patrimônio Vivo Imaterial de Pernambuco.

Visto como mestre da xilogravura brasileira, seu falecimento ocorreu a partir de “causas naturais”, segundo familiares informaram ao G1 de Caruaru e Região. Antes de ser xilogravador, ingressou na cultura popular a partir do cordel.

Leia também | Trajetória do xilógrafo J.Borges está em exposição no Museu do Pontal

Com mais de cinco décadas de carreira, J.Borges retratava acontecimentos políticos e fatos folclóricos como cordelista. Ao longo de sua trajetória, teve diferentes ocupações, indo de lavrador a construtor de móveis de brinquedo para crianças.

Morre J.Borges: Artista era considerado por Suassuna "o melhor gravador popular do Brasil"

As experiências foram importantes para a construção das imagens e poesias de autoria do pernambucano. Mesmo marcadamente nordestinas, porém, as vivências já percorreram diversos países, como Estados Unidos e Alemanha, em suas xilogravuras.

Leia também | Entre o fantástico e o popular na obra de J. Borges

Seu primeiro folheto, “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina”, foi publicado em 1964 e foi um sucesso de vendas, sendo comercializadas cinco mil cópias em dois meses.

Na segunda publicação, decide fazer a ilustração da capa por conta própria e produz sua primeira xilogravura, inspirada na fachada da igreja de Bezerros. Deu início, assim, à sua trajetória no campo. Ariano Suassuna o considerava “o melhor gravador popular do Brasil”.