Kaê Guajajara faz show em Fortaleza em agosto; conheça a cantora
Utilizando instrumentos tradicionais a elementos de sua língua materna Ze'egete ("a fala boa"), Kaê Guajajara se apresenta pela primeira vez em Fortaleza no Festival Noites BrasileirasKaê Guajajara, nome artístico de Aline Silva de Lira, realiza seu primeiro show em Fortaleza no dia 16 de agosto, no Estoril, localizado na Praia de Iracema.
A apresentação integra a programação no Festival Noites Brasileiras, que ocorre de 14 a 17 do próximo mês, em espaços diversos da Cidade.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A cantora da Música Popular Originária (MPO), também será uma das atrações do Rock In Rio, em setembro.
Em seu repertório musical, Kaê Guajajara apresenta cantos e sonoridades diversas com influências de ritmos ancestrais indígenas, trazendo à tona temas como política-social, visando educar, conscientizar e convidar os seus ouvintes para uma missão coletiva sobre o bem viver, estabelecendo um elo entre ancestralidade e futuro.
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Quem é Kaê Guajajara? Conheça a história da cantora de MPO
Rapper de origem indígena, Kaê Guajajara, nome artístico de Aline Silva de Lira, nasceu em 1993, em Mirinzal, interior do estado do Maranhão. Fundadora da Azuruhu, selo musical voltado ao desenvolvimento de artistas indígenas, Kaê mudou-se ainda criança para o complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro.
A artista deixou o Maranhão aos sete anos, pois a família vivia em uma aldeia não demarcada, terras que não são reconhecidas como patrimônio da União e, por isso, o acesso a políticas públicas de habitação, segurança alimentar, saneamento, educação e saúde são mais difíceis. Além disso, os conflitos com os madeireiros eram constantes na região.
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Na comunidade do Rio, Kaê fundou um grupo de rap intitulado “Crônicos”, no qual denunciavam as violências vividas nas localidades em suas composições. A ativista indígena ao longo de sua carreira solo pensou em fugir dessa temática em seu trabalho, mas logo percebeu que poderia usar de sua arte para fazer alguma diferença.
Kaê, que tem uma filha chamada Diana, é também autora do livro “Descomplicando com Kaê Guajajara - O que você precisa saber sobre os povos originários e como ajudar na luta antirracista”.
Em 2021, Aline foi homenageada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro e, em 2023, pela prefeitura do Rio como “Amigos da juventude carioca” sendo préstimos ao Azuruhu, que reconhece a relevância do projeto no território de favelas e na construção de outras perspectivas periféricas.
Confira a trajetória de Kaê Guajajara na música
“Tecendo uma linha entre ancestralidade e futurismo indígena, Hapohu vem quebrando o silêncio e as correntes impostas pelo racismo e a colonização, trazendo à tona gritos de resistência que atravessam e ecoam meio milênio”, assim é descrito “Hapohu”, primeiro EP da artista lançado em 2019, no canal Sakkara do Youtube.
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Em suas três faixas, o álbum aborda questões como representatividade, preservação ambiental, identidade cultural, opressão, amor e ancestralidade.
Em 2020 lançou mais dois EPs: “Uzaw”, em janeiro, e o “Wiramiri”, em setembro. O segundo foca em autocuidado, amor-próprio, resistência indígena e a pandemia da covid-19. Dois anos depois, a artista lançou seu primeiro álbum visual indígena da música brasileira, o “Kwarahy Tazyr” (“Filha do Sol”).
Kaê já foi uma das atrações musicais presentes na cerimônia de entrega do Prêmio Sim à Igualdade 2023, ao lado de BK’, Owerá, Mc Soffia, Linn da Quebrada, Liniker e Jonathan Ferr.
Sua bagagem profissional conta, ainda, com o Prêmio Arcanjo da Cultura na categoria melhor álbum com o “Kwarahy Tazyr”, em 2021. Também foi indicada como melhor show do ano pelo Womens Music Event nos anos de 2022 e 2023.
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Em março do ano passado, Guajajara foi apontada como uma das cantoras brasileiras promissoras pela Forbes.
As canções de Kaê fazem parte da trilha de abertura de “No Limite - Amazônia”, da Rede Globo, em parceria com Tropkillaz e Owerá, e também a sonoplastia do programa com as músicas “Guerreira" e “Rio”.
Saiba mais sobre o Festival Noites Brasileiras
O Festival Noites Brasileiras tem como objetivo propor um intercâmbio entre os artistas e a diversidade de público como garantia dos direitos culturais em encontros que integra gerações de diferentes classes.
Nas edições anteriores, realizadas no Estoril, Theatro José de Alencar, Centro Dragão do Mar, Teatro da Praia e Sesc Iracema, o projeto chegou a reunir mais de 38 mil espectadores.
Em sua quinta edição que comemora de seus 10 anos, o Festival irá promover o estímulo à ocupação criativa e programação de produtos artísticos e conteúdo em espaços públicos.
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A proposta do programa é reunir uma experiência plural por meio de uma ocupação democrática e de valorização dos bens culturais por meio de apresentações artísticas e ações formativas.
A programação completa do Festival Noites Brasileiras de 2024 deve ser divulgada em breve.
Show de Kaê Guajajara em Fortaleza
- Quando: sexta-feira, 16 de agosto, a partir das 21h30min
- Onde: Estoril (rua dos Tabajaras, 397 - Praia de Iracema)
- Mais informações: no Instagram @festivalnoitesbrasileiras
- Gratuito