‘The Acolyte’ finaliza 1ª temporada bem, mas poderia ser melhor

O último episódio de "The Acolyte" já está entre nós, entregando uma boa "season finale", mas que reflete problemas da temporada

Muitas perguntas e anseios rondavam a mente desta repórter para os desfechos que o último episódio de “The Acolyte” poderia ter. Alguns óbvios, outros surpreendentes — a “season finale” encerrou bem a primeira temporada, mas também refletiu problemas apontados anteriormente.

O universo de "Star Wars" é vasto e dividido em vários períodos. O escolhido pela roteirista da nova prequel, Leslye Headland, se passa 100 anos do filme “Episódio I - A Ameaça Fantasma” (1999), durante a prosperidade da Alta República, com a Ordem Jedi em seu auge, longe do que seria sua queda.

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Para guiar o novo capítulo da franquia, temos como protagonista Osha Aniseya (Amandla Stenberg), uma ex-Padawan que está sendo acusada pelo assasinato de uma mestre Jedi, Indara (Carrie-Anne Moss). O mal-entendido a reúne com seu antigo mestre, Sol (Lee Jung-jae), que acredita em sua inocência e busca a real responsável pelos crimes: Mae, a irmã gêmea que ela acreditava estar morta.

A série cria sua base nas motivações das gêmeas — o desejo de vingança de uma e a tentativa da outra de impedir a irmã —, desenrolando sua trama a partir deste pilar. Mas como dito na primeira resenha da obra, publicada na terça-feira, 16, no O POVO+, mesmo com uma boa história, os curtos episódios (um padrão Disney+), pareceram tornar o roteiro apressado, com acontecimentos acelerados ou apenas jogados para o futuro.

Episódios curtos de 'The Acolyte' refletem nos acontecimentos na série

Era de se esperar que isso refletiria de alguma forma no último episódio da produção, que tinha como missão desfazer nós e criar outros para uma possível segunda temporada. P

or isso, não foi surpresa que os primeiros minutos iniciassem exatamente onde o sexto episódio havia terminado: com Osha experimentando o capacete de Qimir (não sabemos ainda se este é o nome dele mesmo).

Usar o capacete pode ter ajudado a conectá-la com a Força novamente, mas também quase a sufocou após uma visão do futuro, onde Mae mataria Sol. Nos minutos seguintes vemos um breve diálogo entre vilão e mocinha para ir até onde a outra dupla estava e impedir o que aconteceria. E é neste momento que parece faltar algo.

Não há o que reclamar sobre a química entre Amandla Stenberg e Manny Jacinto, eles entregam cenas carregadas de magnetismo e beleza — um verdadeiro deleite aos olhos. Mas o roteiro esqueceu de explicar o que deixou Qimir atraído por Osha.

Foi a Força? A lealdade dela? Eles não passaram tanto tempo juntos, o seriado não teve saltos temporais para o futuro e os acontecimentos ocorreram em um pequeno espaço de dias. Então, apesar de ser uma entusiasta do futuro casal, caso se concretize, há a impressão que o início desta relação ficou aberto à interpretação dos fãs.

The Acolyte: roteiro desliza, mas cenas de ação se destacam

Leslye Headland também ficou devendo um embate entre eles ali, naquele momento. Osha estava indo atrás da irmã que queria matar seu antigo mestre, mas seria acompanhada do cara que gostaria de matá-lo também. E é isto, segue o roteiro. Não pareceu algo condizente com a personalidade de ambos que havia sido apresentada até o momento.

Em outro lugar da galáxia, mais especificamente em Brendok, planeta natal das gêmeas, Sol e Mae estão em uma perseguição de gato e rato. Mas são interrompidos com a chegada dos dois outros “convidados”, tornando a caçada em dois embates distintos: mestre contra mestre e irmã contra irmã.

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E, como toda a temporada, a coreografia das duas lutas são incríveis e bem executadas. Christopher Clark Cowan, diretor de ação da produção, merece palmas por seu trabalho. Os movimentos espelhados de Mae e Osha, em uma luta corporal carregada de sentimentos, levou ao pé da letra que elas eram uma alma só, mas dividida em dois corpos.

Já Sol e Qimir entregaram um show à parte com o sabre de luz, incorporando também movimentos de Tai Chi Chuan e uma pose retirada diretamente do Kung-Fu para o Jedi.

“Frieza” é escolha equivocada para último episódio de 'The Acolyte'

Toda a exibição bonita dos movimentos ensaiados foi apenas uma preparação para a grande, e aguardada, revelação: Osha descobrindo que Sol matou sua mãe.

Ao invés de gritar, como na luta com sua gêmea, a equipe decidiu que a personagem adotasse uma postura mais fria e contida, como se não soubesse como reagir. Mas esta pode não ter sido a melhor escolha.

A indiferença à traição de Sol, como se estivesse sendo dominada por uma espécie de ódio frio e silencioso, tirou um tempero que a cena poderia ter. Osha amava Sol e, apesar da dor e sentimento de traição, ele a guiou a vida toda. Quando ela o mata, algo que não esperava, dá para notar que a atriz tentou passar um sentimento de vazio.

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De todos os relacionamentos apresentados por “The Acolyte”, esse foi um dos mais desenvolvidos. Então, mesmo com a raiva, o sentimento de traição e o vazio transmitido pela expressão fácil, uma verbalização daquela dor, mesmo que por meio de um grito, se mostrou necessário.

E claro, Lee Jung-jae, conhecido mundialmente por seu papel em "Round 6", foi incrível, entregou um Sol maravilhoso e que, durante a luta deste episódio, mostrou o porquê se tornou um mestre Jedi. Além de ter transmitido em seus olhos o amor incondicional que o personagem sentia por Osha, já que mesmo enquanto era morto, tentava confortar a ex-aprendiz.

O momento da morte veio seguido de uma cena que ainda não tinha sido representada nas produções live-action do universo "Star Wars": o cristal do sabre sangrando (se tornando vermelho) e se tornando o típico sabre do lado sombrio.

O momento é cheio de significado, já que o sabre não era uma arma de Osha, mas de seu antigo mestre Jedi. E sim, aqui direcionado para alguns fãs da franquia, a ex-padawan estava em contato direto com o cristal, não sejam tão chatos.

Estas não seriam as únicas surpresas do episódio, Mae ter tido as memórias da irmã e de Qimir apagadas de sua mente foi inesperado. De todos os finais idealizados, este definitivamente foi um salto de coragem — um dos poucos da série, na verdade. A cena foi definitivamente significativa, com a adição da despedida sentimental e o aceite de Osha em se tornar a aprendiz do vilão.

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Roteiro de 'The Acolyte' deve ser melhor trabalhado nas próximas temporadas

O episódio trouxe várias informações, muitas que poderiam ter sido diluídas em outros episódios se não fosse o espaço disponível para desenvolver tantos outros pontos. Tudo foi colocado sutilmente, sem desleixo, mas com oitos episódios, o roteiro poderia ter sido mais trabalhado nesta primeira temporada. Um reflexo é a duração dessa última parte, o maior de toda a produção com 48 minutos.

São diversos ganchos para uma segunda temporada, como a aparição de personagens importantes —Darth Plagueis, Yoda —, desenvolvimento do impasse Senado x Ordem Jedi; a caça a Qimir por sua antiga mestre, Venestra, e o treinamento de Osha. A cena final do vilão e a ex-mocinha de mãos dadas apenas aumentou as expectativas do que pode ser desenvolvido no futuro. 

Mas é necessário haver um compromisso da produção técnica em incorporar mais roteiro, além da quebra de maior duração dos episódios — a trama e o público suplicam por isso.

E o mais importante: que a Disney e Lucasfilm ignore críticas de “fãs”, que, na verdade, escondem visões preconceituosas em seus comentários e mentes que não aceitam acréscimos de novas narrativas.

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