Ave Sangria: Empresas reclamam pagamento após show cancelado

Contratado para o Festival Psicodelia, empresa de som se pronuncia sobre falta de pagamento e cancelamento dos shows em Fortaleza

A Tatsom Locação e Audiovisual se pronunciou sobre a situação no sábado, 29, que resultou no cancelamento do Festival Psicodelia. Previsto para ser realizado no Jamrock, na Praia de Iracema, o evento de música contaria com shows das bandas Caixão, Os Rarefeitos, Comodoro e os Tubarões, Aliens.wav e Desert Vultures, além da pernambucana Ave Sangria.

O festival estava marcado para iniciar às 19 horas, mas, segundo o público presente, deu “umas 22 horas e ninguém tinha começado a tocar, não tinha banda tocando”. Nas redes sociais, comentários do público nas redes sociais revelavam que o evento foi cancelado devido à falta de pagamento da empresa de som.

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Em nota publicada no perfil do Instagram no domingo, 30, a produtora Las Crias Vegan, responsável pela realização do evento, afirmou que o cancelamento se deu por um problema na conta do banco Getnet e que, “ao fazer a transação para passar o valor combinado ao som, toda a quantia ficou congelada, não realizando nenhum tipo de transferência”.

Saiba mais: Desinformação e cancelamento em cima da hora: show do Ave Sangria termina em confusão

Empresa de som contratada para o Festival Psicodelia revela não ter tido contato da produtora do show

Em contato com a Tatsom Locação e Audiovisual, empresa citada como a responsável pela sonorização do Festival Psicodelia, um dos sócios - que pediu para não ser identificado - revelou ao Vida&Arte que “não foi realizado o pagamento do som e também para a equipe da luz”.

O empresário detalha que, contratualmente, o pagamento era para ter sido realizado antes da montagem e que tomou conhecimento da ausência do valor no “finalzinho da tarde para noite” do sábado, 29.

“O responsável pelo nosso setor financeiro entrou em contato com a produção do evento, falando que precisaria do comprovante do pagamento para que a gente seguisse com a operação”, explicou o sócio da Tatsom acrescentando que fez uma proposta à produção de pagarem uma parte do valor total.

“Por contrato, eles tinham que ter pago 100% para que o evento pudesse acontecer, mas [na ocasião] foi proposto que pagassem um terço do valor, ou então passassem no cartão, pois a gente disponibiliza uma máquina de cartão de crédito. Para receber esse pagamento, que contratualmente foi acordado, seria uma transferência via boleto bancário, tinha a nota e ele realizaria o pagamento, mas aí o produtor só enrolou”, relembra.

Na publicação do domingo, o Las Crias Vegan, encabeçada por Carlos Alberto, o Karlota, afirmou ter tentado “qualquer tipo de acordo para que o evento continuasse e ninguém fosse prejudicado de forma tão trágica”, dizendo que “os fatores externos foram maiores do que os esforços bem intencionados dos nossos atos”.

O empresário da empresa de sonorização completa: “Ele [o produtor] mandou um print para o nosso setor para mostrar que a conta dele estava sem limite de Pix e não poderia realizar a transferência naquele momento, mas, na verdade o print mostrou que a conta dele estava com saldo insuficiente. Ou seja, ele já estava disposto a dar o calote nas empresas ali”.

Serviços de som, luz e casa de show também não foram pagos para o festival que teria show do Ave Sangria

Citando os outros setores que também não receberam o cachê acertado contratualmente – como iluminação, bar, bandas e local –, o sócio administrador da Tatsom Locação e Audiovisual comenta que irá reaver o valor acordado em contrato na Justiça.

E conclui: “Estamos vendo também a questão do que ele falou [da tentativa de manter o festival], que é uma acusação falsa. Isso que ele falou meio que insinuou que fomos intransigentes. Na verdade, não foi, ele simplesmente queria dar um calote e não buscou nenhuma solução para que o evento acontecesse”.

O Jamrock, casa de show onde seria realizado o Festival Psicodelia, confirmou que os acordos com a produtora Las Crias Vegan também não foram cumpridos.

“Nós enquanto locadores do espaço para a suposta produtora, também não tivemos acordo contratual e financeiros cumpridos. Ressaltamos o compromisso com nossos eventos e clientes, sempre”, declararam em comentário no perfil do Instagram do Vida&Arte.

Bandas convidadas para o show em Fortaleza revelam não ter recebido cachê ou ajuda de custo

Ao Vida&Arte, um músico que participaria com uma das bandas contratadas para o Festival Psicodelia explicou que, inicialmente, foi confirmado que o cachê para os artistas seria uma “ajuda de custo” e que aguardavam o contato da produção para mais detalhes, mas sem sucesso.

“Até o momento que ele [Carlos Alberto] marcou uma reunião para explicar o que teria cada banda direito… Lá foi explicado sobre horários e consumação, porém os cachês e ajuda de custo seriam tratados em particular com cada grupo. Ele também disse que as bandas poderiam passar o som no período da tarde no dia do evento, mas um dos grupos que foi até lá deu viagem perdida, pois nada estava pronto e não havia ninguém para dar suporte nesse momento”, relembra.

Sem querer ser identificado ou ter o nome da banda citada por medo de represálias, o artista conta que em dado momento do sábado, o “organizador chamou alguns integrantes das bandas para conversar”, revelando, então que “não poderia pagar alguém porque havia excedido o limite de Pix diário”.

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