18º For Rainbow: Mostra Cearense celebra fugas e liberdades

Em sessão única, festival exibiu 12 curtas-metragens cearenses de diferentes contextos de produção, captação e finalização

Em formato pouco confortável, o 18º For Rainbow – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual e de Gênero reuniu todos os filmes da Mostra Cearense numa única sessão na tarde do último domingo, 23, exibindo 12 curtas-metragens em sequência, sem intervalos ou debates.

Com pouco mais de 2h30min de duração, a sessão apresentou filmes bem díspares em relação aos contextos em que foram produzidos, captados e finalizados, reunindo obras experimentais, algumas caseiras, e outras com recursos mais elaborados, como locações externas e técnicas de animação.

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Embora não tenha tido o bate-papo que é comum aos festivais, representantes foram chamados à frente para apresentarem seus filmes antes da projeção. Diretora de "Batucada", único clipe musical da seleção, Sara Lizz exaltou a oportunidade de estar ali após 20 anos de carreira podendo falar sobre esses temas “de forma mais tranquila”, reforçando que nunca imaginou que um dia faria isso e nem que estaria em um festival de cinema.

Ella Monstra, diretora do filme "Kila & Mauna", celebrou a produção de cineastas trans que “floresce cada vez mais”, aproveitando também para ressaltar a importância das escolas públicas de cinema na promoção dessa diversidade.

Seu filme trouxe Muriel Cruz – a Mumutante – mais uma vez à tela do Cinema do Dragão, um dia após sua participação especial na série “Trago a Pessoa Amada”. No filme, sua personagem está em busca de uma amiga desaparecida que também vai levá-la a uma caminhada inesperada, e nós mergulhamos nos cenários reluzentes como num sonho, sensação em que a fotografia opaca e a trilha sonora agem em sintonia.

Eric Magda Lima, que apresentou seu filme "Um Teto para 3" celebrou também "Ordem das Magnólias", de Rafa Sousa, filme que tem toda sua equipe composta por profissionais trans do Ceará – “Evitar nosso extermínio”, responde uma personagem quando lhe perguntam sobre a razão dos encontros. Sobre uma tela escura de "I Wanna Find A Place", de Vinícius da Silva e Ellie Fernandes, um relato revela impetuoso: “Eu não vou morrer novamente”.

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Em "Crayon", de Juno e Becca Lutz, a arte alcança a vida de forma muito bonita quando Mel, uma artista trans, passa a ser perseguida pelo seu próprio desenho. Quando se encontram, a estética dos traços saturados e o som grave oscilam do deslumbre à tensão, mas encontrando um caminho comovente de síntese entre corpo e imagem.

Os filmes estão concorrendo ao troféu Elke Maravilha de Melhor Filme e ao prêmio de finalização no valor de oito mil reais, concedido pela Mistika, finalizadora e produtora audiovisual que agora conta com sede em Fortaleza.

Confira todos os filmes que foram exibidos na Mostra Cearense:

  • Batucada, de Sara Lizz
  • Crayon, de Juno e de Becca Lutz
  • I Wanna Find A Place, de Vinícius da Silva e Ellie Fernandes
  • Itinerário de uma história soterrada, de Lucas Vidal
  • Kila & Mauna, de Ella Monstra
  • Metamorfose, de Dominik Angel
  • Narrativas LGBTQIAPN+: Em Contextos de Escola e Universidade, de Paulo Clayton de Souza Lima,
  • Pedro Cauã Patricio da Silva, Rayene Kellen Jardim Lima, Wendy Lima de Aguiar
  • Ordem das Magnólias, de Rafa Sousa
  • Quem sabe nesse carnaval, de Davi Jaguaribe
  • Telhinha, de Bruno Brasileiro
  • Um Teto para 3, de Eric Magda Lima
  • Meu Nome é Yasmin, de Yasmin Gomes

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