A Casa do Dragão recomeça com afago em fãs e repetições dramáticas

Série da HBO inicia segunda temporada com episódio denso sobre luto materno e as consequências da ganância

Lançada há 22 anos, a série policial “The Wire”, da HBO, tem, em seu episódio piloto, uma reflexão sobre o tráfico de drogas ser mais complexo do que uma guerra, porque “guerras, pelo menos, acabam”. O diálogo encontra eco em outra produção da mesma emissora: “A Casa do Dragão”, cuja segunda temporada acaba de estrear.

Na produção do universo “Game of Thrones”, há uma guerra ganhando forma, mas, enquanto o conflito não se torna verdadeiramente concreto, os personagens enfrentam sofrimentos que parecem não ter perspectiva de acabar.

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Na primeira temporada, a série encerra com a morte de Lucerys, filho da protagonista Rhaenyra Targaryen, assassinado pelo próprio primo, Aemond. O conflito multigeracional que resultou numa injusta batalha entre dragões é a base da trama da produção: Rhaenyra é a herdeira do Trono de Ferro, mas encontra múltiplas resistências dentro da própria família. Dessa maneira, seus filhos estão sempre em perigo.

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No episódio exibido no domingo, 16, o público do universo criado por George R. R. Martin teve o afago de ver a temporada começar com personagens da Casa Stark – parentes dos queridinhos fios condutores da “série mãe”.

O foco de “A Casa do Dragão” é o conflito Targaryen, mas recomeçar a trama com outra família numa cena da Patrulha da Noite, ordem militar que protege a Muralha dos Sete Reinos, tem dupla função narrativa. A primeira delas é reforçar que o dilema de Rhaenyra impacta em todo o universo desenvolvido em “Game of Thrones” (sempre temperado com “fan service”, aquelas referências que fazem a alegria dos fãs).

A segunda função é refletir sobre o imbróglio pelo poder com um pouco de distanciamento. Os dez capítulos anteriores tiveram bastante informação sobre os Targaryen e houve muita passagem de tempo. A sucessão do Rei Viserys foi vista de dentro do castelo, com muitas cenas nos quartos e amplos salões. Com o recomeço, a série convida a entender a guerra de maneira menos doméstica.

O episódio trata do luto de Rhaenyra, que parte em jornada em busca de conseguir digerir a morte do filho. Enquanto não consegue ser a rainha que precisa ser, a personagem silencia e só fala para declarar um ataque explícito a Alicent Hightower e seus filhos.

As duas ex-amigas, inclusive, vivem repetições dramáticas desde o início da primeira temporada. Rhaenyra e Alicent estão em polos de permanente atração e repulsão - seja em torno da relação com o agora falecido rei ou na confusão de sentimentos entre elas próprias.

Sem muita ação, o primeiro episódio termina com mais uma dessas recorrências: o luto. O recado é de que a temporada deve aprofundar bem cada movimento dessa guerra, que deixou de ser uma possibilidade e passou a ser uma realidade patente.

A Casa do Dragão

A série pode ser acompanhada no serviço de streaming Max.

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