'Evidências do Amor' estreia na Max e Porchat comenta bastidores

Comédia romântica "Evidências do Amor" estreia na plataforma de streaming Max nesta quarta-feira, 29; em entrevista ao O POVO, Fábio Porchat comenta bastidores

Quase dois meses após estrear nos cinemas, a comédia romântica nacional “Evidências do Amor” chega ao catálogo da plataforma de streaming Max (antiga HBO Max) nesta quarta-feira, 29. A obra é inspirada na música “Evidências”, interpretada por Chitãozinho e Xororó, e protagonizada por Fábio Porchat e por Sandy.

Na trama, Porchat e Sandy vivem o casal Marco Antônio e Laura. Eles se conhecem em um karaokê e, após cantarem “Evidências”, se apaixonam. Marco, porém, acaba sendo abandonado no altar. Ele, que sempre achou ser um noivo perfeito, começa a viajar no tempo sempre que ouve a música e volta para diferentes fases do relacionamento.

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Em entrevista ao O POVO, Fábio Porchat considera o filme como possivelmente a comédia “mais romântica” e com mais camadas de todas as obras do gênero nas quais já atuou. Ele também comenta sobre a interação com Sandy e como analisa seu trânsito entre diferentes “plataformas” - seja na internet, na televisão, no cinema ou, agora, no streaming.

Confira a entrevista com Fábio Porchat, protagonista de "Evidências do Amor"

O POVO: A comédia romântica já é, de certa forma, um gênero consolidado no cinema, mas a abordagem de “Evidências do Amor” foi diferente, tanto devido à música “Evidências” quanto pela viagem no tempo. Como foi para você e para o elenco apresentar essa história de comédia romântica em outra “envelopagem”?

Fábio Porchat: A ideia, desde a criação do roteiro no qual eu estava envolvido até a construção do filme, sempre foi contar muito bem uma história que a gente gostava muito e achava muito interessante, tentando ir por caminhos do realismo fantástico. Tem volta no tempo, volta na memória, volta na lembrança e acho que tudo isso acaba deixando um filme com camadas diferentes. Acho que isso é o público acaba percebendo também. Esse olhar cômico, mas com olhar de romance, com drama familiar, tudo isso estava desde o início. Essa foi a grande luta e a dificuldade no roteiro. Eu, a Luanna Guimarães, o Álvaro Campos e o Pedro Antônio escrevemos isso. A ideia partiu do Pedro, inclusive, e depois na nossa redação final com ele tentamos fazer com que tudo andasse magicamente sem furos, porque o espectador percebe. Quando você tem magia, você tem regras, e elas precisam ser seguidas de acordo com o que foi combinado com o público.

O POVO: A música acaba sendo um forte condutor dessa história, mas como ela ajuda a dimensionar as relações afetivas do filme para além do casal principal?

Fábio: No fim das contas, a música é uma coisa muito forte na vida da maioria das pessoas. Todo mundo tem uma música que se relaciona com um momento bom da vida, ou um momento ruim, trágico… A música acalenta um pouco. Acho que a sensação mais próxima de “ser Deus” é ser um cantor e ouvir 50 mil pessoas cantando a sua música com você. Acho que é o mais próximo que o ser humano consegue chegar, talvez marcar um gol no Maracanã lotado (risos), mas ainda assim a música está conectada com as pessoas de um jeito que nem conseguimos imaginar. Conversei muito sobre isso com a Sandy também, de como o artista está nos momentos mais íntimos e únicos das pessoas, então a música também está conectada com os nossos personagens além da forma mais evidente.

O POVO: Você mencionou a Sandy e eu imagino que, para ela, participar do filme tem um significado ainda mais especial, porque “Evidências” é, de certa forma, uma “música de família”, não é?

Fábio: Exatamente. Foi o que gerou toda a ideia de trazê-la para o filme. Quando tínhamos a música — eu já estava no projeto — ficamos buscando quem seria esse par romântico. Tive a ideia de chamar a Sandy, porque ela tem tudo a ver com a música, está ligada a ela familiar e emocionalmente. A música não era do repertório dela, mas agora passou a ser, o público até pede para ela cantar “Evidências” no show dela, eu mesmo cantei com ela em um evento outro dia (risos).

O POVO: É legal falar dessa interação entre vocês dois, como atores e como personagens. Há uma peculiaridade no filme que é a “interação consigo mesmo”, por você ter que encenar com uma “versão de você”. Como foi esse processo?

Fábio: Foi curioso, porque no filme estou encenando eu comigo mesmo, eu com um dublê, eu com “eu do passado”, então o roteiro tem que estar muito firme na cabeça. Ainda bem que eu também fiz parte do corpo de roteiristas, porque saber qual é o sentimento daquele Marco Antônio e qual o sentimento do outro Marco Antônio, o que está acontecendo na cena anterior para um e para o outro e para fazer sentido… Tem todo esse tipo de camada. Claro, há para mim, mas também para Sandy, porque ela também faz o papel da Laura em dois tempos. Para ela também era muito importante essa conversa comigo e com o Pedro. A sorte também é que o autor estava em cena o tempo todo, então tirávamos qualquer tipo de dúvida. Qualquer tipo de improviso tinha que ser consultado, porque às vezes uma fala pode parecer certa na hora, mas pode não fazer sentido com a história toda contada antes e depois. Existe uma complexidade na construção dos personagens que é muito legal.

O POVO: Por falar em complexidade, queria abordar um pouco da sua carreira. Você é um dos principais nomes da geração mais recente do humor no Brasil e transitou entre diferentes formatos, dos palcos para a internet, da internet para o audiovisual… Como percebe sua evolução na comédia no Brasil e quais temas mais te tocam atualmente no humor?

Fábio: Gosto de estar presente em vários tipos de plataformas diferentes. Gosto de poder fazer humor na televisão, no streaming, no cinema e no teatro. Gosto de circular. São outros públicos. Tenho certeza que o público que vai assistir ao filme na Max está acostumado com um tipo de consumo de conteúdo diferente do público que foi ao cinema. É muito legal poder dialogar com essas pessoas. É claro que o humor está sempre em evolução, assim como qualquer profissão. Vamos entendendo o que está acontecendo ao nosso redor. Mas o teatro ainda é o lugar mais potente para mim, porque você tem um público ao vivo ali. Se é engraçado ali, é ao vivo, e se não for engraçado, também o é, e você tem que se virar com aquela informação. Mas é tão bom quando pulveriza e vai para o streaming. Você consegue chegar em diferentes lugares, a família toda pode assistir à obra em casa, esse é um filme gostoso de assistir todos juntos. Há um espaço maior para atingir as pessoas.

O POVO: Como você analisa o “Evidências do Amor” enquanto um incentivador para produções futuras? Acha que pode servir de inspiração para temáticas parecidas dentro da sua carreira ou um outro formato com o qual você pode trabalhar?

Fábio: Eu já venho com um histórico de comédias românticas. Fiz “Meu Passado Me Condena”, já tinha feito “O Palestrante”, mas esse talvez seja o filme mais romântico de todos, o longa com mais camadas, que não tem só piada o tempo todo. Acho isso muito potente. Ao mesmo tempo, estou fazendo o programa “Que História é Essa, Porchat?”, estou no teatro com minhas histórias, planejando o próximo filme para o ano que vem… Circulo por ideias de todos os tipos e temas para poder contar boas histórias.

"Evidências do Amor" na Max

  • Quando: disponível a partir desta quarta-feira, 29
  • Onde: streaming Max (antiga HBO Max)

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