Canto da Apá fala de amor e esperança em show no Cine São Luiz

Inspirado em Chico Buarque e outros autores, Espaço Cultural Canto da Apá reúne 42 artistas em torno de uma mensagem de felicidade, amor e respeito

08:00 | Mai. 25, 2024

Por: Bianca Raynara
Show Canto da Apá com 41 vozes leva ao público interpretações singulares de canções nacionais e internacionais. (foto: AURÉLIO ALVES)

Os versos esperançosos da canção "Fantasia", de Chico Buarque, abrem o show "Convite à Fantasia, Ao som de uma canção", do Espaço Cultural Canto da Apá. A apresentação reúne, no palco do Cineteatro São Luiz, 42 artistas interpretando canções com a proposta de dar um respiro em meio à correria do cotidiano.

Aparecida Silvino, regente, e o jornalista Marcos Sampaio, diretor do show, organizaram um repertório com nomes como Gilberto Gil, Ivone Lara, Ednardo, Leonard Cohen, Fausto Nilo e outros. O espetáculo, que acontece neste domingo, 26, também tem homenagem a Gal Costa e composições autorais de Aparecida e da solista Marina Holanda.

"O lema que rege esse trabalho é o amor e o carinho. É sobre não aprender pela dor, mas sim através do amor. Entender sobre a importância da felicidade e do respeito ao próximo, para construir um mundo menos apressado", comenta Aparecida, idealizadora do projeto.

Desde criança ligada à arte, Aparecida aos quatro anos aprendeu a tocar piano, ler e escrever música. Dez anos depois, ingressou no Conservatório Alberto Nepomuceno e participou do Coral da UFC por uma década. Aos 18, deu continuidade à formação no curso de Música da Universidade Estadual Do Ceará (Uece). Expandiu na composição e dirigiu alguns corais em Fortaleza, até que, em 2016, inaugurou o Espaço Cultural Canto da Apá.

Desde 2018, a multiartista cearense realiza apresentações ao lado de cantores que estão iniciando nas técnicas de canto. No próximo domingo, 26, o show conta com o Coral do Canto da Apá e nove solistas acompanhados por Eduardo Holanda (violão) e Hoto Júnior (percussão).

"Eu passei para os cantores dessa edição as interpretações que eu faria de cada canção. Depois criei os arranjos e distribuí para eles. É um grande desafio, mas além de mim, eles têm a honra, a alegria e o privilégio de serem acompanhados pelo Eduardo Holanda e pelo Hoto Júnior", celebra Aparecida.

Ela ressalta que a escolha das músicas é personalizada para cada um dos nove solistas. "A gente está trabalhando dentro da personalidade de cada intérprete. Primeiro sugerimos várias músicas e passei para eles, e aquela canção que brilhou mais na personalidade vocal foi a escolhida. Cada um deles vai ao palco para cantar duas canções, isso foi totalmente diferencial e maravilhoso", conclui.

O repertório foi escolhido levando em conta uma conexão entre as letras e a mensagem que o show quer passar. Com essa seleção, Marcos Sampaio foi o responsável por organizar as músicas de maneira poética, como um "arquiteto musical", segundo Aparecida, amiga do jornalista desde 2014.

"Aos trancos e barrancos, sem ter muito tempo, a gente conseguiu montar o show 'Convite à Fantasia, Ao som de uma canção'. Eu só sabia que queria iniciar cantando 'Fantasia', do Chico Buarque, e finalizar o show com 'Gente', do Caetano Veloso. Foi daí que ele teve a ideia grandiosa de dar esse nome ao show, sugeriu outras músicas e achei fantástico", relembra.

Após o repertório escolhido, os ensaios têm sido intensos e com bons resultados. Os ensaios têm acontecido desde março, uma vez por semana, com duração de uma hora e meia. "Há 15 dias comecei a juntar todo mundo. Como são muitas canções, em cada uma delas, eu fui gravando enquanto tocava piano e passava esses áudios para os músicos, porque eles não tinham tempo para estar ensaiando com a gente", relembra a cantora. "É uma colcha de retalhos que estou juntando os pedacinhos para ficar uma coisa linda, uma obra de arte", acrescenta.

O show segue a premissa de relembrar ao público das atitudes de empatia e do sentimento de vivenciar a arte. Ela destaca a importância dos cantores como agentes que fazem a música chegar nas pessoas, da maneira que essa arte deve chegar.

"Quando a gente controla a capacidade de respiração e compreende que a nossa voz é o ar que respiramos, tiramos da atmosfera uma coisa chamada competição. O ar não é de ninguém, a gente inspira e quando respiramos vibram as cordas vocais. Isso se transforma em som que vai direto para o coração das pessoas de um jeito que o público precisa receber", finaliza Aparecida.

Show "Convite à Fantasia, Ao som de uma canção"

  • Quando: domingo, 26 de maio, às 18 horas
  • Onde: Cineteatro São Luiz (R. Major Facundo, 500 - Centro)
  • Quanto: R$40 (inteira) e R$20 (meia entrada). Disponível no Sympla e na bilheteria do Cineteatro (terça a sexta, de 9h30min às 18 horas, e sábado, de 9h30min às 17 horas
  • Mais informações: @cineteatrosaoluiz