Cannes 2024: de Coppola a Karim, as expectativas do festival

77ª edição do maior festival de cinema da França, Cannes acontece até o dia 25 de maio e contará com cobertura exclusiva do O POVO
Autor Arthur Gadelha
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O vislumbre sobre o que poderia oferecer esta edição do Festival de Cannes começou ainda em dezembro do ano passado quando a organização anunciou Greta Gerwig como presidente do júri.

Ainda não se sabia quem mais integraria a equipe e tínhamos pouquíssimas pistas sobre quais os filmes da seleção, mas o anúncio da diretora americana aconteceu em meio ao furor do fenômeno mundial “Barbie” e, desde então, foi crescendo uma expectativa pelas redes sociais sobre qual seria a Palma de Ouro da vez.

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Cannes 2024: O POVO realiza cobertura do festival francês

Filme de Karim Aïnouz é grande aposta em Cannes 2024

Para nós brasileiros, e especialmente cearenses, o destaque gira em torno de “Motel Destino”, filme de Karim Aïnouz gravado em Beberibe, que se tornou o primeiro longa-metragem do Ceará a entrar na maior competição do evento francês.

Faz tempo que Karim não filma no Estado, palco de suas obras mais emblemáticas como “O Céu de Suely” (2006), e sua exibição no grandioso Théâtre Lumière soa como um grande acontecimento por si só.

O filme de 2024 tem como figura central um motel à beira de estrada onde desejo, poder e violência se atravessam no que Karim está chamando de “thriller erótico”.

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Cannes 2024: grandes nomes do cinema mundial são aguardados

Já no meio crítico mundial, a pauta comum é Francis Ford Coppola, diretor de clássicos como a trilogia “Poderoso Chefão” (1972), “Apocalypse Now” (1979) e “A Conversação” (1974), já carregando inclusive duas Palmas de Ouro em sua longa história com Cannes.

Desta vez, seu “Megalopolis” fala sobre um arquiteto que tenta reerguer uma Nova York destruída. Com estética visível de uma distopia, o elenco ainda conta com Adam Driver (“Ferrari”, “Star Wars”), Nathalie Emmanuel (“Game of Thrones”) e Laurence Fishburne (“Matrix”).

Esbanjando sua lua-de-mel interminável com Hollywood, o diretor grego Yorgos Lanthimos repete sua parceria com Emma Stone – vencedora do Oscar deste ano por “Pobres Criaturas” – em “Kinds of Kindness”, montado como uma antologia de várias histórias no mesmo filme.

Na competição oficial, também são grandes as expectativas para novos títulos de diretores influentes como Paul Schrader, David Cronenberg, Jia Zanghé, Andrea Arnold, Miguel Gomes e Mohammad Rasoulof.

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A primeira aparição brasileira acontecerá no sábado, 19, com a primeira exibição de “Lula”, documentário do norte-americano Oliver Stone que traça a trajetória do atual presidente, da prisão ao seu retorno ao poder.

“Baby”, de Marcelo Caetano, concorre na Semana da Crítica, e “A Queda do Céu”, de Eryck Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, baseado no livro de Davi Kopenawa, concorre na Quinzena dos Realizadores. Além disso, há também dois curtas-metragens: “Amarela”, de André Hayato Saito, e “A Menina do Pote”, de Valentina Homem.

Na principal mostra paralela de Cannes, chamada de Un Certain Regard, minha expectativa principal está sob “On Becoming a Guinea Fowl” – “Tornar-se uma Galinha D’Angola”, em tradução livre –, que é dirigido por Rungano Nyoni, autora do emblemático “Eu Não Sou Uma Bruxa”. Neste novo capítulo, o que se sabe é que a trama novamente se passa na Zâmbia e fala das “mentiras que contamos a nós mesmos”.

Dentre os demais diretores menos conhecidos mundialmente, estou me programando também para assistir “The Village Next to Paradise”, da Somália, dirigido por Mo Harawe, e “Santosh”, da indiana Sandhya Suri. “Tudo Que Imaginamos Como Luz”, da também indiana Payal Kapadia, concorre na Competição Oficial.

Nada do que escrevi até agora, no entanto, é certeza. Isso porque os ingressos em Cannes são muito concorridos e raramente é possível garantir todos os filmes que queremos – ou sonhamos. A partir de hoje, vamos ver o que vou conseguir. Seguimos juntos nesta cobertura especial.

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