Morre filósofo quilombola Nego Bispo aos 63 anos
Ativista do movimento quilombola, Nego Bispo morreu aos 63 anos neste domingo, 3; causa da morte ainda não foi divulgadaNegô Bispo faleceu neste domingo, 3. A causa da morte ainda não foi divulgada, mas a notícia foi anunciada no grupo de Whatsapp Núcleo de Estudos Afro Indígenas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por um conhecido do ativista. O quilombola completaria 64 anos em 10 de dezembro de 2023.
Nascido em 1959, no Vale do Rio Berlengas, Piauí, batizado de Antonio Bispo dos Santos, o militante formou-se pelos ensinamentos de mestras e mestres de ofício do quilombo Saco-Curtume, município de São João do Piauí.
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Conhecido como Nego Bispo, o filósofo foi autor de artigos, poemas e dos livros “Quilombos, modos e significados”, publicado em 2007, e “Colonização, Quilombos: modos e significados”, lançado em 2015.
O ativista atuou como liderança quilombola na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).
Nego Bispo se destacou por seu trabalho político e militante relacionados à causa quilombola.
O pensamento de Bispo é uma construção epistemológica a partir da experiência e concepções das comunidades quilombolas e dos movimentos sociais de luta pela terra.
A partir dessa perspectiva, o filósofo desenvolveu proposições que buscam compreender os saberes tradicionais dos povos “afro-pindorâmicos”, uma expressão que ele utiliza para se referir aos descendentes africanos e indígenas/pindorâmicos, em substituição às designações empregadas pelo colonizador.