Morre filósofo quilombola Nego Bispo aos 63 anos

Ativista do movimento quilombola, Nego Bispo morreu aos 63 anos neste domingo, 3; causa da morte ainda não foi divulgada

19:28 | Dez. 03, 2023

Por: Eduarda Porfírio
Nego Bispo (foto: FERNANDA BARROS)

Negô Bispo faleceu neste domingo, 3. A causa da morte ainda não foi divulgada, mas a notícia foi anunciada no grupo de Whatsapp Núcleo de Estudos Afro Indígenas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por um conhecido do ativista. O quilombola completaria 64 anos em 10 de dezembro de 2023. 

Nascido em 1959, no Vale do Rio Berlengas, Piauí, batizado de Antonio Bispo dos Santos, o militante formou-se pelos ensinamentos de mestras e mestres de ofício do quilombo Saco-Curtume, município de São João do Piauí.

Conhecido como Nego Bispo, o filósofo foi autor de artigos, poemas e dos livros “Quilombos, modos e significados”, publicado em 2007, e “Colonização, Quilombos: modos e significados”, lançado em 2015.

O ativista atuou como liderança quilombola na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).

Nego Bispo se destacou por seu trabalho político e militante relacionados à causa quilombola.

O pensamento de Bispo é uma construção epistemológica a partir da experiência e concepções das comunidades quilombolas e dos movimentos sociais de luta pela terra.

A partir dessa perspectiva, o filósofo desenvolveu proposições que buscam compreender os saberes tradicionais dos povos “afro-pindorâmicos”, uma expressão que ele utiliza para se referir aos descendentes africanos e indígenas/pindorâmicos, em substituição às designações empregadas pelo colonizador.