Cine Ceará anuncia filmes selecionados para a Mostra Olhar do Ceará

O festival ibero-americano de cinema acontece de 25 de novembro a 01 de dezembro de 2023, com toda a programação gratuita

16:38 | Out. 16, 2023

Por: Ana Louise Gadelha
A ficção Represa, de Diego Hoefel, está entre os longas selecionados (foto: Divulgação/Cine Ceará)

Com oito longas-metragens e 15 curtas selecionados, o Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema anuncia os filmes que vão compor a Mostra Olhar do Ceará da 33ª edição, que acontecerá de 25 de novembro a 1º de dezembro. É o dobro de longas e o número de curtas é 50% a mais do que na edição anterior. O melhor longa e o melhor curta da Mostra eleitos pelo júri do festival serão agraciados com o Troféu Mucuripe.

Dentre os longas selecionados estão as ficções “Represa”, de Diego Hoefel, único longa-metragem brasileiro no Festival Internacional de Cinema de Roterdã e vencedor de cinco prêmios no 30º Festival de Cinema de Vitória (Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia e Menção Honrosa a Gilmar Magalhães, ator coadjuvante do longa) e “Quando eu me encontrar” , de Amanda Pontes e Michelline Helena, vencedor dos prêmios de Melhor Roteiro (júri oficial) e Melhor Filme (júri da crítica) no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.

Outro longa de ficção é “Os maluvidos”, de Josenildo Nascimento e Gislandia Barros, que foi produzido e contou com atuação de moradores do Bom Jardim, bairro localizado na periferia de Fortaleza.

CONFIRA | Podcast Vida&Arte é destinado a falar sobre temas de cultura e está disponível em todas as plataformas. Ouça clicando aqui

São quatro documentários de longa-metragem: “A luta de Nzinga” de Eduardo Cunha Souza, que faz uma narrativa de conexões entre a história de Maria da Luz Fonseca, uma mulher negra, natural da Ilha de Príncipe e a da rainha angolana Nzinga; “Amilton Melo - ídolo de todos”, de Ciro Câmara e Vinicius Augusto Bozzo, sobre a carreira desse ídolo do futebol cearense.

Tem ainda “Nirez eterno”, de Aderbal Nogueira e Glauber Paiva, sobre o pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo "Nirez"; e “Um pedaço do mundo”, de Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo, sobre quatro mães de pessoas LGBTQIA+. Fecha a seleção de longas da Olhar do Ceará o híbrido “Todas as vidas de Telma”, de Adriana Botelho.

Segundo a curadora da Mostra Olhar do Ceará, Camilla Osório, a palavra que define o recorte curatorial da Mostra deste ano é diversidade. Ela destaca o aumento de produções de longas-metragens no estado. “A gente tem uma seleção de oito longas-metragens, que é uma quantidade inédita. Nunca tínhamos tido tantas produções e a Mostra Olhar do Ceará busca refletir isso, que tem a ver com o aumento do financiamento público ao cinema."

Já com relação a seleção de curtas-metragens, a curadora destaca a presença forte das escolas de formação. “Atualmente, nós temos muitas escolas na Capital e no Interior. Isso traz para a Mostra, muitos realizadores iniciantes. Esse resultado tem muito a ver com a proposta, que é intrínseca na Mostra Olhar do Ceará: de ser porta de entrada dos realizadores cearenses, para que eles possam se mostrar para o mundo", finaliza Camila. 

Dentre os 15 curtas-metragens selecionados para a mostra, dois são documentários: “Encruzilhadas do som”, de Edigar Martins, que aborda o papel da música na Umbanda, reverenciando a dimensão encantada e a diversidade sonora, através da experiência de quatro umbandistas de Fortaleza; e o documentário híbrido “Urubu aterrado”, de Cris Sousa e Weslley Oliveira, no qual Cris, por meio das memórias de sua mãe, lança um olhar sobre o tempo e o espaço que um dia viveu. As memórias em trânsito se alteram como a força do vento que modifica a paisagem à beira mar. A favela do urubu está aterrada pelo poder da classe dominante.

Duas animações estão entre os curtas selecionados: “Barra Nova”, de Diego Maia; e “Todo mundo tem um anjo”, de Neil Armstrong Rezende. O gênero experimental aparece em três produções: “A humanidade que me resta”, de Kieza Fran Nascimento; “Quando o passado for presente lembra-se de mim no futuro” de Rafael Vilarouca; e “Camurupim” de Allan Matheus, um realismo fantástico/experimental.

Completam a mostra as ficções: “Alienígena”, de Ricardo Peres e Wagner Lima Mendes; “As velas do Monte Castelo”, de Lanna Carvalho; “Jaci”, de Bruno Lobo La Loba; o doc-ficção “Onde está Mymye Mastroiagnne?” de biarritzzz; “O primeiro movimento é explosão”, de Grenda Costa; “Terral”, de Alisson Emanoel e Carol Cavalcante, o drama “A parte que falta”, de Nicole Nasser; e o curta de terror “Noites em claro” de Elvis Alves.

O 33° Cine Ceará terá exibições no Cineteatro São Luiz e no Cinema do Dragão. Todos os filmes das mostras competitivas serão exibidos com legenda descritiva para surdos e ensurdecidos em idioma português.

Confira todos os longas-metragens:

  • A luta de Nzinga. Direção: Eduardo Cunha Souza. Documentário. 74’. Ceará. 2022. Livre
  • Amilton Melo - ídolo de todos. Direção: Ciro Câmara e Vinicius Augusto Bozzo. Documentário. 75’. Ceará. 2023. 10 anos
  • Nirez eterno. Direção: Aderbal Nogueira e Glauber Paiva. Documentário. 73’. Ceará. 2023. Livre
  • Os maluvidos. Direção: Josenildo Nascimento e Gislandia Barros. Ficção. 73’. Ceará. 2022. 12 anos
  • Quando eu me encontrar. Direção: Amanda Pontes e Michelline Helena. Ficção. 77’. Ceará. 2023. 12 anos
  • Represa. Direção: Diego Hoefel. Ficção. 77’. Ceará. 2023. Livre
  • Todas as vidas de Telma. Direção: Adriana Botelho. Híbrido. 72’. Ceará. 2022. Livre
  • Um pedaço do mundo. Direção: Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo. Documentário. 75’. Ceará. 2022. 12 anos

Confira todos os curtas-metragens:

  • A humanidade que me resta. Direção: Kieza Fran Nascimento. Experimental. 6’. Ceará. 2023. 14 anos.
  • Alienígena. Direção: Ricardo Peres e Wagner Lima Mendes. Ficção. 15’. Ceará. 2023. Livre.
  • A parte que falta. Direção: Nicole Nasser. Drama. 18’. Ceará. 2023. 10 anos
  • As Velas do Monte Castelo. Direção: Lanna Carvalho. Ficção. 16’. Ceará. 2022. Livre
  • Barra Nova. Direção: Diego Maia. Animação. 12’. Ceará. 2022. Livre
  • Camurupim. Direção: Allan Matheus. Realismo Fantástico/Experimental. 12’. Ceará. 2022. Livre
  • Encruzilhadas do som. Direção: Edigar Martins. Documentário. 18’. Ceará. 2023. Livre
  • Jaci. Direção: Bruno Lobo La Loba. Ficção. 15’. Ceará. 2022. 16 anos
  • Noites em claro. Direção: Elvis Alves. Terror. 20’. Ceará. 2022. 12 anos
  • Onde está Mymye Mastroiagnne? Direção: biarritzzz. Doc-Ficção. 17’. Ceará. 2023. 12 anos
  • O primeiro movimento é explosão. Direção: Grenda Costa. Ficção. 21’. Ceará. 2022. 12 anos
  • Quando o passado for presente lembra-se de mim no futuro. Direção: Rafael Vilarouca. Experimental. 18’. Ceará. 2022. Livre
  • Terral. Direção: Alisson Emanoel e Carol Cavalcante. Ficção. 19’. Ceará. 2023. Livre
  • Todo mundo tem um anjo. Direção: Neil Armstrong Rezende. Animação. 10’. Ceará. 2023. Livre
  • Urubu aterrado. Direção: Cris Sousa e Weslley Oliveira. Documentário híbrido. 20’. Ceará. 2023. Livre

 33° Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema

  • Quando: de 25 de novembro a 01 de dezembro 
  • Onde: Cineteatro São Luiz (rua Major Facundo, 500 - Centro) e Cinema do Dragão (rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema)
  • Mais informações: Instagram: @cineceara
  • Gratuito