Irmão de Marília Mendonça critica inquérito de acidente da artista
João Gustavo, irmão de Marília Mendonça, diz que a Justiça não foi feita e continuará atento ao casoO irmão da cantora Marília Mendonça, João Gustavo, criticou a decisão do inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais em responsabilizar os pilotos — Geraldo Medeiros e Tarcísio Viana — pelo acidente que causou a morte da irmã.
Para o irmão da cantora, a Justiça não foi feita e continuará a indagar a morte de Marília por meios legais. “Faltou transparência. Para a família continua a dúvida. Achamos que para eles foi cômodo culpar os pilotos e isentar a companhia energética de Minas Gerais. Eles mesmo se culparam sinalizando os fios de alta tensão após o acidente", disse João em entrevista à coluna do jornalista Lucas Pasin, do UOL.
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"Assim que o inquérito for entregue ao poder judiciário, iremos acompanhar e indagar certas questões que ainda não foram respondidas. Minha mãe, assim como eu, espera respostas claras e objetivas. Acreditamos que a justiça ainda não foi feita e o caso não foi solucionado", seguiu.
O advogado da família, Robson Cunha, disse que os argumentos apresentados pela Polícia de Minas Gerais são “rasos” e que o delegado do caso não se esforçou para apresentar provas fora do que foi difundido na mídia. A demora no processo de investigação também foi criticada pela defesa.
"Entretanto, essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça", afirmou Robson em entrevista ao portal Splash.
O advogado ainda questiona o “porquê da normativa internacional que obriga a sinalização nos cabos de energia existentes entre vales não ser respeitada?”, as “coordenadas disponibilizadas aos pilotos estarem erradas” e “a responsabilidade de fiscalizar a sinalização nos cabos de energia”.
Conclusão do inquérito da morte de Marília Mendonça:
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que a queda da aeronave que vitimou a cantora Marília Mendonça, em 2021, foi causada por erro dos pilotos — Geraldo Martins de Medeiros Junior e Tarcísio Pessoa Viana. A eles foi atribuído o crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
O inquérito foi divulgado na manhã da quarta-feira, 4, em coletiva de imprensa. "A tripulação, por circunstâncias até então não justificáveis, atuou com negligência e com imprudência", disse Ivan Lopes Sales, um dos delegados responsáveis pela investigação. Apesar de acreditarem na responsabilidade dos profissionais, a Polícia pediu pelo arquivamento do caso, já que todos a bordo morreram.
As investigações concluíram que o bimotor não tinha problemas técnicos e a possibilidade de um mal súbito dos pilotos foi descartada. A aeronave onde a cantora e outras quatro pessoas estavam atingiu o cabo de uma torre de distribuição em Caratinga, no interior de Minas Gerais, e caiu em uma cachoeira.
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Conforme o delegado, não era obrigatório que as torres tivessem sinalização e, além disso, existiam protocolos a serem seguidos. Também não existiu, de acordo com ele, o contato com outros profissionais para a realização do pouso no aeródromo, que era desconhecido pelos pilotos. A conduta é comum nesse tipo de procedimento.
Em nota enviada ao O POVO, a companhia energética citada pelo irmão de Marília Mendonça disse que "as conclusões sobre o acidente e esclarecimentos técnicos sobre o caso cabem às autoridades competentes".