Morre Aderbal Freire-Filho: cearense recebe homenagens em velório
O diretor teatral cearense Aderbal Freire-Filho morreu aos 82 anos; personalidades da arte prestam última homenagem ao artista durante velório
17:16 | Ago. 10, 2023
Diversos nomes do meio artístico prestaram última homenagem a Aderbal Freire-Filho, diretor teatral cearense que faleceu na quarta-feira, 9, aos 82 anos de idade.
O velório do diretor ocorreu na manhã desta quinta-feira, 10, no Teatro Poeira, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Fundado pelas atrizes Marieta Severo e Andréa Beltrão em 2005, o Teatro Poeira fez parte da trajetória de Aderbal, já que a primeira peça realizada no local teve direção do cearense.
Atores e atrizes, como Caio Blat, Renata Sorrah, Luís Miranda, Mateus Solano, Cláudia Abreu e Malu Mader estiveram presentes à ocasião. Othon Bastos, Enrique Dias, Marco Nanini, Tonico Pereira, Fernanda Torres e outros artistas consagrados também prestaram última homenagem ao diretor cearense.
Clara Buarque, neta de Marieta Severo, foi uma das primeiras a chegar ao local. Chico Buarque e Zélia Duncan também prestaram condolências a Marieta e se despediram de Aderbal Freire-Filho.
Morre Aderbal Freire-Filho, diretor teatral cearense, aos 82 anos
O diretor teatral cearense Aderbal Freire-Filho morreu na quarta-feira, 9, aos 82 anos de idade, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela família ao jornal O Globo. O artista passou alguns meses internado após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele era companheiro da atriz Marieta Severo desde 2004.
Nascido em Fortaleza no ano de 1941, ele começou a carreira artística ainda adolescente. Após se graduar em Direito, o cearense mudou para o Rio de Janeiro em 1970, quando apresentou “Diário de um louco”, de Nikolai Gogol. A obra foi encenada dentro de um ônibus que percorria as ruas da cidade carioca.
"Como teórico da Encenação, criou, além de coletivos de criação, conceitos e práxis. Por exemplo, a proposição do ‘Romance em Cena’ que, sem a intermediação de qualquer processo adaptativo, teatraliza a literatura. E assim incorporou ao modus faciendi da representação o tônus épico, mesmo durante alguns desempenhos em ação dramática", relembra Ricardo Guilherme, teatrólogo e amigo de Aderbal.
Em 2013, o cearense recebeu o Prêmio Shell de Teatro na categoria Melhor Diretor pelo espetáculo “Incêndios”, peça protagonizada por Marieta Severo, sua esposa. Na vida acadêmica, foi professor na Casa das Artes de Laranjeiras, na Escola de Teatro Martins Pena e na Faculdade de Letras da UFRJ, e coordenador de um curso de pós-graduação na Escola de Comunicação da UFRJ.
No ano de 2012, Aderbal Freire-Filho foi convidado para integrar o elenco de “Dupla identidade”, série da Globo dirigida por Glória Perez. Na produção, Aderbal contracenou com Bruno Gagliasso e Marisa Orth, no qual interpretou o político Otto Veiga.
Personalidades repercutem morte de Aderbal
Conhecido como um dos principais nomes do teatro brasileiro, diversos artistas lamentaram a morte do diretor cearense. “Um dos maiores diretores do teatro brasileiro. Extraordinário! Uma das melhores pessoas que conheci e tive a honra e o prazer de trabalhar”, relembrou o ator Felipe Camargo, em publicação no Instagram.
O ator Armando Babaioff revelou o seu desejo de trabalhar com Aderbal e lamentou não ter tido a oportunidade. “Felizmente aprendi muito assistindo. Aderbal Freire Filho nos deixou hoje, mas nos deixou com uma responsabilidade muito grande, a de continuar amando o teatro como ele amava. Viva Aderbal!”.
Lúcio Mauro Filho compartilhou lembranças que teve com o cearense: “Um dos programas favoritos que eu tinha com meu mestre Ivan de Albuquerque era ir assistir ao novo espetáculo de Aderbal, tão logo estreasse. E depois, uma resenha com o próprio, para deleite do jovem Lucinho. Ainda tive a chance de acompanhar de perto sua linda parceria com Marieta Severo e Andréa Beltrão no Teatro Poeira”.
Chamando Aderbal de “mestre” e listando qualidades, o ator encerra a homenagem a Aderbal com "Descansa em paz Aderbal! O Brasil agradece o teu talento e contribuição indelével à cultura nacional.”.
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