Invasão Secreta: Série da Marvel encerra de modo irregular

Após um quinto episódio contraditório, "Invasão Secreta" traz último episódio apressado, que tenta resgatar profundidade, mas não consegue

Após seis episódios, “Invasão Secreta” chega ao fim. Apesar de uma segunda metade de temporada mais fraca, a série deixa bons momentos, mas não consegue marcar o Universo Cinematográfico da Marvel (UCM).

O texto a seguir contém spoilers sobre os acontecimentos da série como um todo, caso não tenha assistido os episódios ainda, recomendo que pause essa leitura e volte logo após assistir a série. Ou leia por sua conta e risco.

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Invasão Secreta: confira a crítica do último episódio da série da Disney+

O sexto episódio não tenta perder tempo em solucionar seus conflitos. Logo de cara vemos Fury (Samuel L. Jackson) indo de encontro a Gravik (Kingsley Ben-Adir). Enquanto isso, no hospital o skrull que está disfarçado de Rhodes (Don Cheadle) tenta, quase que desesperadamente, convencer o presidente dos Estados Unidos a atacar a Rússia.

Neste episódio, a série tenta abordar um dilema, porém de maneira fraca, ao mostrar os Estados Unidos considerando atacar a Rússia diretamente, o que levaria a uma guerra imediata.

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O roteiro utiliza figurantes "sem nome" para informar o presidente sobre a negação veemente do presidente Russo quanto aos ataques, enquanto o personagem "Rhodes" apresenta argumentos superficiais em favor do ataque preventivo.

Isso contradiz o início da série, onde Skrulls disfarçados de americanos realizaram um grande atentado terrorista na Rússia, mas a Rússia não respondeu imediatamente com um ataque aos EUA, apesar das evidências.

Essa incoerência demonstra como a série se perdeu, uma vez que anteriormente mantinha coerência em suas tramas, mesmo ao lidar com elementos de fantasia e ficção científica. Agora, os temas tratados são abordados de forma superficial e preguiçosa, perdendo a seriedade que antes os caracterizava.

Ao mesmo tempo, que isso acontece, Fury está em seu embate contra Gravik. Aqui a faz uma montagem dos dois momentos, tentando trazer urgência, mas acaba parecendo que isso tudo é feito para preencher espaço de filmagem no episódio. Episódio esse que é um dos mais curtos da série, e ainda “se dá ao luxo” de trazer momentos como esse que não acrescentam narrativamente.

Apesar das ótimas atuações de Samuel L. Jackson e Kingsley Ben-Adir, o embate dos personagens não traz nenhuma emoção. E a pouca profundidade que a cena possui se perde ao descobrimos que Fury, é na verdade G'iah (Emilia Clarke), que se aliou a Fury para derrotar Gravik.

Após conseguir equiparar os poderes de G'iah aos de Gravik, a série inicia uma luta, que também, não traz nenhuma emoção para quem está assistindo. Recheada de clichês, diálogos rasos e um desfecho totalmente previsível, a série que trazia no início um enredo ambíguo e cheio de mistério, agora apela para cenas de luta.

Como não foi Fury quem foi ao embate com Gravik, fica óbvio que ele se encontra no hospital e que irá resolver o dilema que o falso Rhodes está trazendo ao presidente. O que, mais uma vez, mostra a contradição na construção dos personagens.

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Antes Fury batia incessantemente no discurso de que ele deveria resolver as questões com Gravik, e que estava cansado de depender de outros seres e seus poderes. Mas é exatamente isso que ele faz ao deixar G'iah enfrentar Gravik enquanto está ali.

A cena tenta trazer um certo suspense sobre a aparição de Fury ali, e também tenta construir certa tensão na revelação de que Rhodes é um Skrull para o presidente. Mas é algo tão óbvio que chega a ser desinteressante.

O maior vilão da série já foi derrotado, aquele personagem já foi exposto para o público episódios atrás. E pior, o que impediu Fury de expor ele, no episódio anterior, como acaba expondo agora? São muitos questionamentos e a série não responde absolutamente nenhum deles.

Após o desenrolar dos embates principais, a série tenta trazer consequências para os eventos que aconteceram ali, mas faz isso de forma tão caricata , que o pouco do que é apresentado em tela sobre essas consequências não é minimamente sentido.

“Invasão Secreta” encerra sua história de forma oposta à que começou. Após abandonar completamente o clima de espionagem antes apresentado, traz textos previsíveis e clichês. Abandona a construção de seus personagens e transforma o grandioso em medíocre e esquecível.

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