Morre Tony Bennett: cantor era paciente de Alzheimer; entenda a doença
Em tratamento contra o Alzheimer desde 2016, Tony Bennett morreu nesta sexta-feira, 21. Família do artista não confirmou relação entre a doença e a morteAstro global do jazz, Tony Bennett morreu nesta sexta-feira, 21, aos 96 anos. A família confirmou o fato à revista estadunidense Variety. Mesmo em tratamento contra o Alzheimer desde 2016, o artista continuou gravando material e se apresentando até sua aposentadoria, em agosto de 2021.
Em entrevista à AARP Magazine, que foca em questões de pessoas 50+, em fevereiro de 2021, o neurologista de Bennett explicou que aulas semanais de canto ajudaram a retardar o avanço do Alzheimer, assim como suas apresentações de rotina e sessões de estúdio.
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O médico acrescentou que o artista só começou a apresentar sintomas, como desorientação, depressão e distanciamento da realidade, em 2019, apesar de diagnosticado três anos antes.
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Filho do cantor, Danny Bennett afirmou que o Alzheimer afetava principalmente a memória recente do pai. Segundo ele, as lembranças mais antigas de Tony, incluindo as letras de seu repertório musical, estavam “intactas”, como contou à Variety em agosto de 2021.
Uma das atividades que ajudaram Tony foi a gravação de seu segundo álbum de estúdio em colaboração com a conterrânea Lady Gaga. Chamado “Love for Sale” e lançado em 30 de setembro de 2021, o disco é o 61º e último da carreira de sete décadas do nova-iorquino.
Apesar de parecer desconectado nas gravações do álbum, Tony “sabia exatamente onde estava, assim que a música começava”, disse Gaga ao The Wall Street Journal em outubro de 2021. A primeira parceria dos dois foi “Cheek to Cheek”, de 2014, que rendeu um Grammy para a dupla.
Morre Tony Bennett: tratamento precoce pode mudar rota do Alzheimer
A família de Tony Bennett não revelou em que estágio o Alzheimer do cantor foi diagnosticado. Porém, destacaram que a condição cognitiva do artista piorou com a pandemia de Covid-19, que o afastou dos palcos.
Estudo apresentado no início de julho mostrou que tratar pacientes de Alzheimer o mais cedo possível, em estágio inicial, pode ajudar a retardar o declínio cerebral. A pesquisa foi feita com 1.736 pacientes que usaram Donanemab, uma droga experimental para o tratamento da doença.
Para quem estava no início do quadro, o Donanemab pareceu desacelerar o enfraquecimento da memória e do pensamento em cerca de 4,5 a 7,5 meses, num período de 18 meses, em comparação com pacientes que tomaram placebo.
“Não importa como você destrinche os dados — mais cedo, mais jovens, mais branda, menos patologia —, sempre parece que o diagnóstico e a intervenção precoces são a chave para controlar essa doença”, disse Daniel Skovronsky, diretor médico e científico da Eli Lilly, empresa criadora do medicamento.
No Brasil, pesquisadores desenvolveram uma plataforma de inteligência artificial que auxilia pacientes com Alzheimer a preservarem a memória por meio da terapia de reminiscência.
Chamada “bAIgrapher”, a plataforma é reconhecida em estudos científicos pelos efeitos positivos sobre a saúde mental de pacientes e cuidadores, além do atraso da progressão dos sintomas, segundo o Ministério da Educação.
O sistema utiliza depoimentos de pessoas indicadas pelo paciente, em formato de texto, áudio e imagens. Os materiais são interpretados, organizados e reescritos para construir uma autobiografia literariamente uniforme e cronologicamente ordenada.
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Morre Tony Bennett: o que é Alzheimer?
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e progressiva, que provoca alterações na memória, incidindo em alterações comportamentais, de personalidade e de humor.
Nomeada em homenagem ao médico alemão Alois Alzheimer, que a descreveu pela primeira vez em 1906, a doença afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas apresentam algum tipo de demência, sendo que 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.
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