"Há várias maneiras de perder uma casa", responde ator de Hellboy a produtor que atacou greve

Ron Perlman afirmou que os executivos ganham milhões de dólares por ano por "não criar nada" e que os ataques à greve equivalem a desejar que "famílias passem fome"

09:18 | Jul. 15, 2023

Por: Giordano Barros
Ator expressa indignação com produtores que criticaram a greve (foto: Divulgação/Getty Images)

Em mais um episódio das greves dos roteiristas e dos atores de Hollywood, Ron Perlman, ator conhecido por papéis em "Hellboy" e "Sons of Anarchy", expressou indignação com os executivos da Aliança de Produtores de Filmes e Televisão (AMPTP) após um deles afirmar anonimamente ao site Deadline que "o objetivo final é permitir que as coisas se arrastem até que os membros do sindicato comecem a perder seus apartamentos e casas."

Perlman afirmou que os comentários equivalem a desejar que "famílias passem fome", acrescentando que os executivos ganham milhões de dólares por ano por "não criar nada". Confira:

 

Shit's getting real in the WGA + SAG strike.

"There's a lot of ways to lose your house." pic.twitter.com/XqiSZF2lbr

— Hear in LA (@hearinladotcom) July 14, 2023

 

“Ao FDP que disse que [não vão negociar com atores e roteiristas] até que as pessoas percam suas casas e seus apartamentos: me escuta, FDP. Existem muitas formas de perder sua casa. Algumas são financeiras, outras são karma e outras são apenas uma questão de descobrir quem car**** falou isso. E nós sabemos quem disse isso — e onde ele mora. Existem muitas formas de perder a sua casa", respondeu.

 

Perlman atacou ainda o imenso contracheque dos executivos que criticam os grevistas. "Se deseja que famílias passem fome enquanto você faz 27 milhões de dólares por ano para não criar nada, tome cuidado, FDP. Tome muito cuidado. Porque são merdas assim que agitam as coisas. Paz”

Em um comunicado divulgado na noite de terça-feira, 11, o Sindicato dos Atores, que conta com 160 mil membros, expressou sua desconfiança em relação à disposição dos empresários em negociar um acordo. Em junho, a organização já havia votado e aprovado a realização de uma greve caso as negociações falhassem.

As negociações giram em torno de melhores salários e outros benefícios e, principalmente, da definição do uso de imagem feito por inteligência inteligência artificial na produção de filmes e programas de televisão. É a maior greve do entretenimento americano desde 1960.