Invasão Secreta: episódio quatro da série é reflexivo e apressado

Nova série da Disney+ inicia a segunda metade de sua temporada com tropeços e acertos; confira a análise de "Invasão Secreta"

A primeira metade de “Invasão Secreta” foge da conveniência e constrói uma atmosfera inquietante de desconfiança. Ao mesmo tempo, desconstrói para o espectador toda imagem feita de Nick Fury (Samuel L. Jackson) no Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), mostrando que Fury deve muito mais do que pensávamos para o povo Skrull.

Logo de início, o novo episódio da trama trata de responder o cliffhanger deixado no episódio anterior, ao mesmo tempo que explica como os Skrulls se adaptam tão rapidamente a viver a vida de pessoas que acabaram de copiar. Nesse sentido, a cena funciona perfeitamente, já como resposta do que aconteceu no final do episódio anterior, bom, é no mínimo conveniente.

O próximo parágrafo contém spoilers sobre acontecimentos recentes da série, caso não tenha visto o episódio ainda, recomendo que pause essa leitura e volte logo após assistir o mesmo. Ou leia por sua conta e risco.

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Invasão Secreta: confira a crítica do novo episódio

G'iah (Emilia Clarke) foi atingida por um tiro de Gravik (Kingsley Ben-Adir) no final do episódio três, e foi deixada ali, jogada, sem que ele sequer conferisse se ela estava realmente morta ou não.

E, assim, sem mais nem menos a série tenta induzir ao espectador que uma das personagens principais da trama tenha morrido. Sem trabalhar de forma alguma sua partida ou qualquer outra coisa do tipo.

Tendo isso em vista, era mais do que esperado que a personagem voltasse. Afinal a mesma já estava traindo Gravik, e além disso sabia dos planos da criação do Super Skrull. Então o que impediria ela de usar a máquina que cria esses poderes em seu povo, nela mesma? E até aí, tudo bem.

O problema é que tudo isso é apresentando de forma extremamente apressada, em forma de flashback no início do episódio, como se toda aquela estrutura extremamente protegida, apresentada no episódio passado, fosse algo muito fácil de se usar e sem nenhuma proteção.

E vindo de uma sequência de episódios bem desenvolvidos, isso acaba destoando completamente do tom da série.

Após esse momento, a série volta ao que era. Trazendo mais uma vez diálogos bem construídos e reflexivos, e mostrando, que por mais que alguns personagens possam ter o mesmo objetivo, eles definitivamente não são obrigados a pensar e agir da mesma forma para conseguir chegar a eles.

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Logo fica claro que uma das intenções de Gravik é isolar cada vez mais Nick Fury. Não apenas do trabalho, mas de sua esposa e qualquer aliado restante. Após revelar que Rhodes (Don Cheadle) foi substituído por um skrull, e que é ele o contato direto de Priscilla (Charlayne Woodard), esse plano fica ainda mais claro.

Após mais um diálogo cheio de camadas e muito bem desenvolvido entra Fury e Priscilla, o mesmo se vê sem aliados na S.H.I.E.L.D, sem contatos confiáveis no governo e agora sem sua companheira, restando apenas Talos (Ben Mendelsohn).

E a partir daqui a série começa a se apressar e fugir do tom de espionagem que vinha construindo desde o inicio, e acaba partindo para a “ação conveniente”. Parece até que o roteirista, Kyle Bradstreet e o diretor Ali Salim tiveram que introduzir uma cena de ação, de forma abrupta. 

A perda de tom é tanta que é custoso acreditar que as mesmas pessoas que escreveram e dirigiram o diálogo anterior a essa cena foram as mesmas que optaram por fazer aquilo. Não que a cena seja má dirigida, ela não é.

Mas diferente do atentado do episódio 1, que acontece na Rússia, aqui vemos um Gravik totalmente imprudente em relação ao seu plano, que até então estava sendo muito bem trabalhado e começa a agir como um vilão clichê dando tiros “ao vento” a qualquer custo. Capangas aleatórios atirando "ao vento". Parecendo mais um filme de ação genérico do que a serie bem desenvolvida que vinha sendo apresentada.

A série ainda tenta trazer emoção no final deste momento, com a agora definitiva perda de um personagem, mas o que precede o momento é tão mal construído, que acaba fazendo com que o espectador não conecte ao acontecimento como deveria.

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Infelizmente o histórico da Marvel/Disney sobre finais de suas séries não é favorável, e o final deste episódio acaba fazendo o espectador mais fiel ao estúdio ficar, no mínimo, apreensivo.

Apesar de não ser um episódio ruim no todo, o quarto episódio de “Invasão Secreta” precisava construir melhor a ponte para o caminhar final da série.

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